São Paulo, domingo, 6 de abril de 1997
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Gaúcho abre sua 2ª fronteira

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DO ENVIADO ESPECIAL

Aos 63 anos, o gaúcho Evaldino Dal'Maso está desbravando, em Sapezal, a sua segunda fronteira agrícola. Na primeira vez, quando tinha 20 anos, saiu de Passo Fundo (RS) para trabalhar no Paraná.
"Toledo era uma fronteira nova na época. Foi mais difícil do que agora, porque tudo era manual, na base da foice e do machado".
Também aos 20 anos, seu filho Eleanor, 36, saiu do Paraná, onde o pai tinha ido tentar a sorte, para ser pioneiro no Mato Grosso.
A família chegou a Sapezal em 81, quando só havia meia-dúzia de colonos. "A maior parte da terra do Estado na época era devoluta. E parentes dos governadores eram os posseiros", conta Eleanor, hoje presidente da Câmara de Sapezal.
Ele diz que pagaram o equivalente a duas sacas de soja por hectare para obter a posse da terra. "Para legalizar a papelada no Incra custou o dobro", conta.
Atualmente, os Dal'Maso plantam 2,7 mil hectares de soja e têm uma produtividade de 3,2 toneladas por hectare. "Temos muitas áreas novas (em 1º ou 2º plantio). Com tempo e tecnologia chegaremos a 3,5 toneladas por hectare."
Ele calcula que não compensa ultrapassar a barreira de 4 toneladas/ha. Para obter essa produtividade, os investimentos passam a ser tão grandes que a margem de lucro começa a diminuir.
Como a maioria dos produtores da região, os Dal'Maso não recorrem a bancos. O financiamento é direto com o fornecedor, em sacas de soja.
(JRT)

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