São Paulo, domingo, 6 de abril de 1997
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Cavalos têm até creminho

DA REPORTAGEM LOCAL

Creminho para nariz a R$ 19, esmalte a R$ 17 e pescoceira térmica para queimar gordura a R$ 89 -todos esses mimos dignos de perua estão à venda no Brasil. São todos para cavalo, "made in USA, Texas", claro.
A chancela texana é obrigatória para se fazer sucesso no mercado country, segundo Guto Medeiros, 30, dono da importadora Cowboys, que distribui produtos dos EUA para 450 lojas no Brasil.
"Não vendo nenhum produto brasileiro", orgulha-se Medeiros, que tem duas lojas em Presidente Prudente (SP).
Creminho e xampu para cavalos apontam para outra tendência: o consumidor country quer o melhor. Daí o aposto que acompanha os produtos -"é o melhor do mundo".
A Cowboys de Medeiros importa chapéu Resistol -o primo rico do tradicional Stetson e "o melhor do mundo". Fivela, ele traz a Montana. Cabresto, é Hamilton -"o melhor de náilon do mundo".
Os preços acompanham o aposto. O chapéu Resistol de pêlo de castor custa R$ 500. Uma fivela Montana chega a R$ 230. Bota Justin em couro de avestruz bate nos R$ 700. Um caubói para estar na onda precisa gastar ao menos R$ 1.596 (veja quadro ao lado).
Imitações ou marcas de segunda linha são abominadas, segundo Antonio Bruno, 41, gerente de marketing da Wrangler. "O caubói que não vestir Wrangler está fora do mundo country", diz Bruno.
E não é uma Wrangler qualquer -tem de ser a "cowboy cut" (corte de caubói), com pernas mais largas abaixo do joelho para acomodar a bota e tecido mais resistente.

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