São Paulo, domingo, 6 de abril de 1997
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PM 'Rambo' nega ter dado tiro que matou conferente

ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

O soldado da PM Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, disse ontem que não matou o conferente Mário José Josino. O tiro exibido nas imagens da TV, segundo ele, seria de festim.
O crime aconteceu no dia 7 de março durante operação policial na favela Naval, em Diadema, Grande São Paulo.
Nove policiais foram indiciados. Rambo é apontado pela polícia como o autor do disparo que matou Josino.
As declarações foram dadas ontem pelo soldado aos deputados Afanásio Jazadji (PFL), Elóis Pietá (PT) e Conte Lopes (PPB), membros da CPI do Crime Organizado, que visitaram o presídio Romão Gomes, da PM.
Aos deputados, Rambo disse que usava uma arma particular de calibre nove milímetros.
Jazadji disse que os policiais mais experientes do grupo afirmaram que o filme é uma montagem. Eles teriam dito também que o local dos fatos é um ponto de droga controlado por policiais civis e um ex-PM.
As imagens teriam sido encomendadas e preparadas pelos supostos traficantes.
O deputado Conte Lopes disse ontem ter recebido denúncia de que os policiais militares do 24º Batalhão (Diadema) utilizavam uma frequência pirata de rádio para combinar suas ações.
A denúncia teria sido feita na sexta-feira por um técnico de rádio que teria ouvido e gravado as conversas dos policiais. Lopes disse que ainda não conseguiu checar a veracidade da acusação.
"A denúncia foi feita pelo telefone, mas vou me encontrar com o técnico para ouvir a fita."
A frequência utilizada pelos policiais seria a de número 167690. Em um dos diálogos, supostamente gravados, um policial teria dito que estava com um motorista sem habilitação e que ia tirar um "galo" dele. A expressão designa propina de pouco valor, R$ 50 ou R$ 100.

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