São Paulo, segunda-feira, 7 de abril de 1997
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Recompensa

CIDA SANTOS

A novidade na Superliga feminina é o Mizuno-Uniban. Quem no início da temporada arriscaria que o time chegaria à final? A lógica apontava para o superfavorito BCN, que acabou tropeçando em meio a tantas vaidades de suas estrelas. O Mizuno iniciou ontem a batalha final contra o Leites Nestlé com o mérito de ter apostado em atletas que andavam um tanto desacreditadas.
Basta dar uma relembrada. Ana Moser passou 96 sofrendo contusões e cirurgias seguidas nos joelhos. Esses problemas acabaram também pesando na decisão do Leites Nestlé, que, na temporada passada, por causa do ranking, foi obrigado a optar entre ela ou Ana Paula.
Dispensada, Ana Moser acabou sendo contratada pelo Mizuno. Depois de um período de treinos e cuidados especiais, ela é hoje a jogadora com maior número de pontos anotados no torneio: média de dez por jogo.
Outro destaque é Vera Mossa. ela estava parada havia seis meses. Voltou às quadras na Superliga e tem jogado muito. É dona do melhor passe do torneio. Foi dela uma das cenas mais tocantes da competição. Depois de bater o BCN, Vera não segurou a emoção. Aos 32 anos, chorou como uma novata. Disse que estava realizando o sonho de voltar a jogar uma final depois de quatro anos.
O Mizuno tem outras histórias, como a da atacante Janina, de 1,92 m e 24 anos. Um dos paredões do bloqueio do time, ela ficou no ano passado um bom período sem clube e estava pensando em mudar de vida e abrir uma loja no Rio.
Resultado: a equipe já se sente recompensada por ter chegado à final. Os carecas da comissão técnica, liderados por William, esbanjam bom humor. Há duas semanas, os quatro rasparam o cabelo para festejar a classificação. Nos jogos, sempre que possível, eles mantêm uma superstição: usam a camisa branca do uniforme e preferem que o time jogue de vermelho.

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