São Paulo, segunda-feira, 7 de abril de 1997
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Um thriller nada elementar, meu caro

GUSTAVO PATÚ
COORDENADOR DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para entender e acompanhar daqui para a frente o famoso escândalo dos precatórios, imagine uma história policial que está em seus capítulos finais.
As pistas já encontradas apontam que um grande roubo de dinheiro foi planejado e executado por uma quadrilha, há uma série de suspeitos e alguns já confessaram crimes menores.
Para que a história tenha um final feliz, falta descobrir o chefe ou os chefes da quadrilha e a participação real de cada suspeito. É claro que isso tudo terá de ser provado para que haja punição.
Os investigadores são senadores reunidos em uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Eles não são como os típicos heróis de histórias policiais: têm interesses pessoais envolvidos e às vezes erram nas acusações querendo aparecer nos jornais. Alguns podem até ter culpa no cartório.
Sabe-se que governadores e prefeitos conseguiram dinheiro para seus Estados e cidades de forma indevida; não usaram esse dinheiro para a finalidade prometida; um grupo de empresários lucrou muito ajudando os governantes e sumiu com o dinheiro.
Os governadores e prefeitos disseram que precisavam dos recursos porque a Justiça havia mandado pagar dívidas com pessoas e empresas. Essas dívidas levam o nome de precatórios.
O problema é que muitos precatórios não existiam e outros não foram pagos.
Para seguir a trilha do dinheiro que sumiu, é preciso conhecer o cenário do crime, os fatos, as pistas e os suspeitos, antes de imaginar qual será o final da história.

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