São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 1997
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Gastos são novo foco de atrito na comissão

RAQUEL ULHÔA
LUCIO VAZ

RAQUEL ULHÔA; LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os gastos da CPI com passagens e hospedagens são o novo foco de atrito entre o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e o relator da comissão, Roberto Requião (PMDB-PR).
ACM decidiu controlar com mais rigor os gastos da CPI. O Senado só vai pagar despesas previamente autorizadas por ele. Segundo ACM, o Senado não vai arcar com custos "irracionais".
Requião reagiu ontem: "A CPI tem R$ 100 mil para despesas. E, se precisarmos, aprovamos mais. Quem decide não sou eu ou o presidente, é a CPI".
No início desta semana, ACM determinou ao diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, que só repasse recursos para atender pedidos apresentados formalmente pelo presidente da CPI dos Precatórios, senador Bernardo Cabral (PFL-AM), e após sua autorização.
Maia disse que termina hoje levantamento dos custos da CPI, feito a pedido de Cabral.
Segundo o diretor-geral, o maior problema é que os gastos vinham sendo feitos sem autorização do plenário da CPI. Os senadores e servidores faziam as despesas e depois apresentavam a conta.
"Evidentemente, se me mandarem um pedido de 500 viagens, não vou atender. O que for racional será atendido. O que for irracional, não. O Senado não pode esbanjar dinheiro", disse ACM.
Requião afirmou que não está havendo um choque com ACM. "Disseram que não pagariam passagens e hospedagem para as testemunhas do Paraná. Elas não vieram? Vieram. E tiveram as despesas pagas", exemplificou o relator.
Segundo assessores da presidência do Senado, os pedidos de recursos vinham sendo feitos informalmente, sem obedecer aos trâmites burocráticos exigidos.
O líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES), afirmou que, pelo que tem observado, deve estar havendo "excessos" de gastos pela CPI, principalmente com viagens de senadores e assessores envolvidos nas investigações.
Com ironia, ACM disse que o presidente da CPI "é, sobretudo, um grande exemplo de humildade". Cabral afirmou anteontem que não aceitaria "interferências" de ACM na comissão.

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