São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 1997
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Ex-interventor nega lobby

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA CAMPINAS

O ex-interventor do Banco Central no Beron, Francisco José Mendonça de Souza, disse que nunca fez lobby para a distribuidora Negocial.
Ele confirmou à Folha que assinou a carta oferecendo o Beron para custodiar os títulos municipais de Campinas, com a colocação no mercado sob responsabilidade da Negocial.
"Estávamos procurando alternativas para reerguer o banco. Procuramos seguradoras e também o negócio com títulos públicos", disse Souza, que saiu do Beron em fevereiro.
Segundo ele, nessa procura por negócios chegou-se à Negocial. "Eles ficaram sabendo que estávamos interessados e começaram a ligar. O Priolli (José Luiz da Cunha Priolli, diretor da Negocial) ligou oferecendo serviços da Negocial."
A negociação foi tocada pelo então diretor financeiro do Beron, Altino de Almeida, que não foi localizado ontem.
Segundo a CPI, Priolli esteve em Porto Velho. Souza nega contato pessoal.
"Essa carta eu assinei como uma série de outras coisas numa procura por algo que parecesse bom negócio. Graças a Deus não fomos aceitos por Campinas. Se tivesse feito negócio, hoje estaria roubado."
O ex-secretário das Finanças de Campinas Geraldo Biasoto Júnior disse ontem que não manteve contato com o Beron.
"Nunca vi essa carta", disse, afirmando que a data da correspondência é anterior ao pedido de emissão ao BC.

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