São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 1997
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Exceção ao teto é idéia sem 'pai'

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nem o presidente Fernando Henrique Cardoso nem o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) nem os líderes governistas. Ninguém quer assumir a autoria da polêmica proposta de teto salarial especial de R$ 21,6 mil -pivô da mais recente crise no governo.
"A proposta chegou à minha sala e eu não sei dizer quem é o pai", disse Santos. "É um pai difuso", sustentou o líder do governo, deputado Benito Gama (PFL-BA).
O ministro não cogita recuar no acordo selado. "Sem esse acordo, esquece, não teríamos como aprovar a reforma", defendeu o ministro, sem contar quantos votos foram obtidos em troca da concessão: "Eu teria de chutar".
Luiz Carlos Santos insiste em que a eventual quebra do acordo -que garante exceções ao teto salarial para parlamentares, ministros, ocupantes de cargos eletivos e transitórios- colocaria em risco o segundo turno da votação da reforma administrativa na Câmara.
O PSDB ainda resiste ao acordo. "Se não quisermos brigar com a matemática, vamos ter que discutir", avaliou o secretário-geral tucano, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM). "Temos primeiro de baixar a adrenalina", disse.
A polêmica exceção ao teto salarial começou a ser discutida no final do ano passado e chegou à Câmara com as assinaturas dos líderes Benito Gama, Inocêncio Oliveira (PFL), Geddel Vieira Lima (PMDB), Aécio Neves (PSDB), Odelmo Leão (PPB) e Paulo Heslander (PTB).

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