São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 1997 |
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PMs de São Paulo ameaçam fazer greve
MARCELO GODOY
O secretário da Segurança, José Afonso da Silva, informou que o caso está sendo apurado. O comandante da PM, coronel Claudionor Lisboa, lhe disse que "investigações preliminares apontam para "interferências externas na rede de rádio". Lisboa disse ao secretário que as "interferências" citam "fatos do momento", como a violência em Diadema (Grande São Paulo). A última greve na PM ocorreu em 1988 e também foi convocada pelos rádios dos carros policiais. Ontem de madrugada, uma mulher pediu aos praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes) que não compareçam ao trabalho no feriado. O pedido também foi feito aos aspirantes e tenentes. O mulher dizia nas transmissões recebidas pelos carros do CPA-M2 (Comando de Policiamento Metropolitano de Área-2), que cuida da zona sul, que o movimento será contra os "baixos salários" e "a falta de condições de trabalho". Desde o início da semana, outras manifestações estão ocorrendo no CPA-M3, responsável pelo policiamento na zona leste. O teor das mensagens é o mesmo. Praças e tenentes são chamados para a greve. A apuração feita pela Corregedoria da PM está tentando identificar os responsáveis pelas transmissões incitando a greve. Na zonas leste e sul, não é possível identificar os carros policiais que pregam a greve. Isso só é possível nos carros com o sistema tranking de rádio, usados no região central e na tropa de choque. O direito de greve é vedado aos PMs pela Constituição. O Código Penal Militar enquadra a manifestação como crime de motim -se ela é armada, o crime é de revolta. As penas são de quatro a oito anos de prisão (motim) e oito a 20 anos de prisão (revolta). Atualmente, o piso salarial de um soldado é de R$ 500. A Associação de Cabos e Soldados quer que ele seja elevado para R$ 1.050. LEIA MAIS sobre polícia da pág 2 a 5 Próximo Texto: PMs de São Paulo ameaçam fazer greve Índice |
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