São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estivadores promovem ato hoje em Santos

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Trabalhadores avulsos do porto de Santos (SP) programaram para hoje, às 17h, um ato público na praça Mauá (centro da cidade).
O ato será um protesto contra o impasse nas negociações com a Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista), que decidiu usar os próprios funcionários para movimentar cargas em seu terminal no porto em vez de requisitar mão-de-obra de estivadores e demais avulsos.
Desde quarta-feira da semana passada, os navios Marcos Dias e Vancouver, atracados no cais do terminal da Cosipa, estão ocupados por estivadores.
A Federação Nacional dos Estivadores decidiu que convocará greve nacional caso a Polícia Militar ou o Exército tentem retirar à força os trabalhadores que ocupam os dois navios.
O terminal da Cosipa possui cinco berços (vagas) para atracação de navios. Em dois, estão os navios ocupados.
Reabrir negociações
A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), estatal administradora do porto, informou que há três navios ancorados na barra à espera de atracação no cais da Cosipa para desembarcar mercadorias.
Esses navios são os brasileiros Rio Trombetas (52 mil toneladas de minério de ferro), Norsul Tubarão (28 mil toneladas de minério) e o Kosice (bandeira de Malta), que transporta 38,2 mil toneladas de carvão.
A carga dos três navios é matéria-prima destinada à operação da siderúrgica.
O presidente do Sindicato dos Estivadores, Joaquim Quincas da Silva, disse que até ontem não havia perspectiva de solução para o impasse. "Estamos tentando por todos os meios reabrir as negociações", afirmou.
As tentativas de solução, por meio da intermediação do secretário estadual do Trabalho, Walter Barelli, fracassaram.
Cumprir ordem judicial
Ontem, em anúncio publicado em jornais de Santos e de São Paulo, a Cosipa informou que permanecerá aguardando o cumprimento da decisão judicial para retirada dos trabalhadores que ocupam os navios.
A ordem para a retirada dos ocupantes é do juiz Marcos Roberto Negreiros Velloso, da 2ª Vara do Fórum de Cubatão (SP).
A determinação não foi cumprida pela Polícia Militar. Por isso, o juiz decidiu requisitar forças do Exército, que informou que só irá intervir por ordem do presidente da República.
O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, esteve ontem em Santos para prestar solidariedade aos avulsos.
Ele se colocou à disposição para intermediar eventuais negociações com o governo ou com a empresa. "Não queremos heróis mortos, nem sangue derramado", afirmou o sindicalista.

Texto Anterior: Autopeças vêem otimismo
Próximo Texto: Estivadores promovem ato hoje em Santos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.