São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997 |
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Proer do Bamerindus deve aumentar SHIRLEY EMERICK SHIRLEY EMERICK; GUSTAVO PATÚ
GUSTAVO PATÚ Coordenador de Economia da Sucursal de Brasília Relatório do Banco Central diz que a união Bamerindus-HSBC poderá receber mais dinheiro do Proer, o programa de incentivo às fusões bancárias, além dos R$ 5,868 bilhões já programados. Além de detalhar a destinação do Proer à operação (até então, havia só a estimativa de injeção de R$ 5,7 bilhões), o documento, enviado ao Senado, diz que poderão ser necessários outros financiamentos. A criação do HSBC-Bamerindus, anunciada no último dia 26, é uma das três operações mais dispendiosas do Proer. As outras são Econômico-Excel (R$ 6,578 bilhões) e Nacional-Unibanco (R$ 5,898 bilhões). Com os recursos programados para financiar a absorção do Bamerindus, as liberações do programa chegarão a R$ 20,745 bilhões desde novembro de 95, quando o governo começou a entrar com dinheiro nas fusões. Para comparar: o governo conta com R$ 2,6 bilhões para a reforma agrária em 97 e espera arrecadar perto de R$ 6 bilhões com a CPMF para gastos com a saúde. O Proer, porém, não usa dinheiro do Orçamento. São empréstimos feitos pelo BC, que precisa vender títulos no mercado -aumentando a dívida pública- para retirar de circulação o volume de moeda acrescentado na economia. Como os empréstimos são pagos com títulos "podres", de longo prazo e juros baixos, o custo do Proer é a diferença entre os juros de mercado (dos títulos do BC) e os juros dos títulos "podres". Pelo relatório do BC, o Proer já liberou R$ 4,341 bilhões dos recursos previstos para o Bamerindus. Falta, portanto, R$ 1,527 bilhão. "No curso da implementação da operação, contudo, em razão dos ajustes e movimentações decorrentes das relações financeiras a serem contratadas entre o Bamerindus e o HSBC, poderão ser necessários outros financiamentos", informa o documento. Segundo o BC, essa ajuda será discutida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e comunicada à Comissão de Assuntos Econômico do Senado. Além disso, está à disposição do HSBC uma "garantia" de R$ 1,06 bilhão, a ser usada caso não haja ativos (bens e créditos) do Bamerindus suficientes para compensar os R$ 10 bilhões em passivos (dívidas e depósitos) assumidos. LEIA MAIS sobre Bamerindus na pág. 2-6 Próximo Texto: Parceria 'sui generis'; Empresa prevenida; Novas bases - 1; Novas bases - 2; Procuram-se sócios; Expansão expressa; Levando a conta; Dia de índio; Esquentando o óleo; Roupa de plástico; Alvo certo; Qualidade milionária; Troca de comando; Importando executivo; Em Harvard; Pé no Oriente Índice |
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