São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 1997 |
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Juíza manda a Polícia Federal desocupar navios em Santos Estivadores promovem ocupação no porto desde 2 de abril FAUSTO SIQUEIRA
Os dois navios, atracados no terminal privativo da Cosipa no porto de Santos, estão ocupados por trabalhadores avulsos (estivadores e conferentes) desde o último dia 2. A ocupação foi motivada pela decisão da empresa de usar os próprios funcionários no embarque e desembarque de cargas, em vez da mão-de-obra dos avulsos. A decisão de convocar a PF atende pedido da Cosipa. Em despacho, a juíza justifica a decisão por "circunstância de gravidade extrema, representada pela manifesta ilegalidade na ocupação." Na semana passada, a Cosipa obteve liminar (decisão provisória) do juiz Mário Roberto Negreiros Velloso, da 2ª Vara do Fórum de Cubatão (SP), que determinou à Polícia Militar que retirasse os trabalhadores dos navios. A ordem não foi cumprida. A PM chegou a entrar no navio Marcos Dias, os trabalhadores se esconderam no porão e os policiais deixaram a embarcação. Na última segunda-feira, o mesmo juiz solicitou que tropas do Exército efetuassem a desocupação dos navios. O comando do Exército em Santos (SP) informou que somente poderia agir por ordem das presidências da República, do Supremo Tribunal Federal ou do Congresso. Protesto À tarde, um ato público, organizado pelos sindicatos de trabalhadores avulsos do porto, reuniu mil pessoas na praça Mauá (centro de Santos), segundo os organizadores -350, segundo a PM. Estivadores e demais categorias de avulsos pararam o trabalho no porto entre 17h e 19h em razão do ato. A assessoria de comunicação da Cosipa informou ontem que em alguns dias -não especificou quantos- haverá paralisação da produção caso a siderúrgica não receba matéria-prima. A empresa não informou o prejuízo que está sofrendo devido ao movimento dos avulsos. Os dois navios ocupados, Marcos Dias (brasileiro) e Vancouver (bandeira de Malta), não conseguiram desembarcar 43 mil toneladas de minério de ferro e 46,6 mil de carvão, respectivamente. Esperando vaga Ontem, com a chegada do Marianic C (Chipre), já são quatro os navios ancorados na barra à espera de atracação no terminal da Cosipa, que tem cinco vagas. O Marianic C chegou para embarcar 10,5 mil toneladas de produtos siderúrgicos destinados à exportação. Os outros três navios que aguardam atracação farão operações de desembarque de matéria-prima para a siderúrgica funcionar. São o Rio Trombetas (brasileiro, 52 mil toneladas de minério de ferro), Norsul Tubarão (brasileiro, 28 mil de minério) e Kosice (Malta, 38,2 mil de carvão). Texto Anterior: Concessão na Amazônia deve ter preço mínimo reduzido Próximo Texto: Funcionários do BB planejam ato contra demissões no dia 16 Índice |
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