São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mostra exibe esplendor da cultura bizantina
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
"Tivemos grandes eventos há dez ou vinte anos atrás que merecem ter uma continuidade", explicou Philippe de Montebello, diretor do Metropolitan. "O museu tem uma história própria. Não podemos nos esquecer do nosso passado quando planejamos as exposições do futuro." Em 1977, o museu fez "A Era da Espiritualidade", mostra da arte dos primeiros séculos do império bizantino. Vinte anos depois, chegou a vez de focalizar a segunda era de ouro do império bizantino, de 843 a 1.261. Ícones No ano de 324, o imperador Constantino transferiu a capital de Roma para Constantinopla, que recebeu este nome em sua homenagem, dando início ao império bizantino. Sua derrocada só aconteceria em 1.453, quando os turcos otomanos dominaram Constantinopla. Entre os anos de 726 e 843, a região ficou marcada por uma controvérsia sobre a veneração de imagens religiosas, os ícones. Neste período, boa parte das imagens acabou sendo destruída. No ano de 843, porém, a imperatriz Teodora incentivou a volta da veneração das imagens, dando forte impulso às artes. O cristianismo permeou a vida de Constantinopla. O interior das igrejas passou a receber decorações especiais, além de expor manuscritos artísticos, que eram lidos durante cerimônias religiosas. Suas paredes eram cobertas por mosaicos de figuras sagradas e retratos de cenas descritas no Velho e no Novo Testamento. A importância da religião era tanta, que até as moedas traziam a estampa de Cristo na face. Poder do império A força política do império estendeu sua influência sobre outras regiões, atingindo os eslavos, no norte da Bulgária, os russos de Kiev, os armênios, os sírios e os coptas, do Egito, entre outros. Na exposição do Metropolitan, produções artísticas desses povos sob influência do império bizantino também podem ser observadas. Grande parte das 344 obras do império bizantino expostas no Metropolitan foi cedida por países da Europa ocidental. "Muitos dos objetos foram parar no Ocidente", explicou o diretor do museu. "Eles foram dados como presentes ou fizeram parte de transações financeiras." Igrejas, catedrais e palácios da Europa ocidental foram decorados por peças do império. "Elas acabaram parando em lugares díspares, como Hungria, Dinamarca, Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra e Espanha." A região da Sicília, por exemplo, na Itália, importou artistas de Constantinopla para decorar suas igrejas. Texto Anterior: Curadora é autoridade em arte alemã Próximo Texto: Leilão não vende obras de Aleijadinho Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |