São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997
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Clonagem dá o tom de disco novo

MARCELO RUBENS PAIVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Se existe algum caso crônico de "angústia da influência", Alain Parsons se encaixa neste perfil.
A primeira música de "On Air", seu novo trabalho, parece Paul McCartney tocando e cantando.
Depois de abrir o disco com a balada "Blue Blue Sky", Parsons dá a sensação de que, após as introduções instrumentais das músicas, virá o coro "we don't need more education...", sucesso do disco "The Wall" (Pink Floyd).
PS: Parsons foi engenheiro de som de "Dark Side of the Moon", disco que mais tempo permaneceu na Top 200 da Billboard.
Ele é um influenciado. Os timbres são os mesmos usados por Pink Floyd. Tem barulhinhos de vento, de chuva, de avião passando (tema do CD) e a guitarra em eco, como se estivesse do outro lado do abismo.
Mas, para não dar tanta bandeira e se manter com ares contemporâneos, ele compôs um "bate estaca pinkfloydiano". "Apollo", em homenagem ao projeto que levou o homem à Lua, é para as pistas de dança, com direito a discurso de J.F.Kennedy.
Tudo bem. Ele já fez uns sucessos, "Eye in the Sky" e "Time". É esforçado, tocou com Deus e o mundo, compôs trilhas sonoras, como para o filme "O Feitiço de Áquila", enfrentou vários desafios, pareceu simpático ao telefone, mas...
Ah, não tenho a menor paciência. Ao menos, o disco traz um bônus, um CD-ROM com a história da aviação, que é bonitinho e de graça!

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