São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997
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"O Velho" não vê Prestes

MURILO GABRIELLI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Luiz Carlos Prestes foi um herói, é um mito. Disso, pouco se discorda. E é desse ponto que parte "O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes". Pena que pouco além dele se avance.
O documentário de Toni Venturi é produzido com competência, mistura com habilidade e ritmo imagens de arquivo, entrevistas e alguma metragem de filme original para traçar um paralelo entre a vida de Prestes e a do Brasil.
O problema é que se a imagem da ação de Prestes é nítida, a de sua pessoa não consegue entrar em foco. A exemplo de uma historiografia em geral excessivamente ideológica e da própria mistificação alimentada pelo dirigente comunista, não se faz força para tentar entender as motivações do homem. Seus possíveis erros são minimizados, seus atos atingem proporções míticas, seu íntimo é sepultado.
Apenas nos momentos finais, quando seus filhos falam do pai ausente, a máscara cai parcialmente. E consegue-se vislumbrar o homem caxias, ingênuo, idealista e obsessivo que escreveu uma das únicas páginas dignas da história brasileira. (MURILO GABRIELLI)

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