São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 1997
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Ministério Público vai investigar contratos de R$ 176 mi da CPTM

Estatal alegou urgência para dispensar concorrência

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Estadual abriu ontem uma ação civil pública para apurar irregularidades em contratos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) apontadas por auditoria do Tribunal de Contas do Estado no dia 9.
Os contratos, no valor total de R$ 176,5 milhões, foram feitos sem licitação, em caráter de emergência. A CPTM alegou a urgência devido à depredação de 9 das 91 estações da empresa em setembro e outubro do ano passado.
Para o promotor Nilo Salgado Filho, "há fortes indícios de que foi alegada urgência para contratação de obras e serviços que não têm nada a ver com as depredações".
A ação civil pede cópias dos contratos investigados e de outros mais antigos, licitados para a prestação dos mesmos serviços. O Ministério Público pretende comparar os preços dos contratos para verificar se houve superfaturamento. A CPTM contratou seguranças por R$ 8,50 homem/hora, mas contratos imediatamente anteriores pagavam R$ 4,50.
A empresa que assinou o contrato de maior valor para postos de segurança é a Power Serviços de Segurança, de Antônio Dias Felipe, amigo do governador Mário Covas e padrinho de casamento de seu filho, Mário Covas Neto.
Ar-condicionado
Covas disse ontem que a Power foi contratada com outras três empresas. "Se tivesse alguma safadeza, ela seria contratada sozinha."
Segundo o governador, o TCE "ainda não decidiu nada. Apenas pediu informações". Covas prometeu que "daqui a um ano e pouco os trens da CPTM estarão andando com ar-condicionado".

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