São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 1997
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Polícia escava jardim atrás de mais corpos

DA FOLHA VALE

A Polícia Civil de Pindamonhangaba (140 km de SP) escavou ontem o jardim da casa da dona-de-casa Cristina Aparecida de Freitas, 34, onde foi encontrada uma ossada humana no último sábado, mas não achou novos cadáveres no local.
Dois filhos de Cristina -Daniel, 16, e Gabriel, 11- estão desaparecidos há seis meses, segundo vizinhos da casa e a polícia, que investiga a hipótese de eles terem sido mortos pela própria mãe.
Ela foi presa em flagrante sábado por ocultação de cadáver. A polícia suspeita que a ossada encontrada no jardim da casa, localizada no bairro do Feital, na periferia de Pindamonhangaba, seja de um namorado de Cristina, também desaparecido.
A ossada pertence a um adulto, segundo avaliação preliminar da Polícia Civil. Investigadores suspeitam que o corpo estava enterrado havia quatro meses, em razão de seu estado avançado de decomposição.
A Polícia Civil vai ouvir esta semana vizinhos de Cristina. O delegado Francisco Rocha de Moraes, responsável pelo caso, espera traçar o perfil da mulher e descobrir o paradeiro dos dois filhos.
Denúncia
Cristina foi presa depois da denúncia de sua inquilina, que encontrou uma ossada no jardim do quintal quando limpava a fossa.
Isabel disse que Cristina, ao alugar a casa, teria pedido para que não fosse mexido na parte do jardim onde fica a fossa. "Ela (Cristina) disse que gostava muito do jardim."
O servente Ismael Aires de Almeida, 21, que limpou a fossa, disse que os ossos estavam enrolados em um lençol branco.
Cristina disse à polícia, em seu depoimento, que desconhecia a existência do cadáver, mas por várias vezes caiu em contradição.
Ela apresentou várias versões para o desaparecimento dos filhos e do namorado. Em uma das versões, Cristina disse ter uma dívida alta com traficantes do bairro.
Segundo ela, os filhos teriam sido sequestrados para forçá-la a "acertar as contas". Os vizinhos afirmam que Cristina estava envolvida com drogas, usando até mesmo os filhos na venda.
Exame
A ossada encontrada foi levada para o IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo para que seja feita a sua identificação. O resultado do laudo deve sair em 30 dias.
Com o laudo, o delegado espera descobrir a causa da morte e há quanto tempo ela ocorreu. Segundo o delegado, Cristina ainda não tem advogado e se recusa a comentar mais sobre o assunto.
O delegado tem dez dias para encerrar o inquérito e encaminhar o caso à Promotoria Pública.

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