São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 1997
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'Temptress Moon' mostra país em transição

ADRIANE GRAU
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM SAN FRANCISCO

Banido na China, "Temptress Moon", ainda sem título em português, chega aos cinemas do Brasil no final de setembro.
Assim como os outros filmes do diretor chinês Chen Kaige, mistura belas imagens com conflitos morais.
O filme começa com a menina Ruiy (Wang Ying) correndo desvairada pelo palácio do pai. A família Pang vive a decadência causada pelo vício do ópio do qual nem os mais jovens escapam.
A fervilhante Xangai do início do século fica a apenas 100 km do palácio, mas as tradições os mantêm isolados.
Na mesma noite em que o imperador Pu Yi é deposto pela revolução republicana de 1911, o jovem Zhongliang (Ren Lei) chega ao palácio Pang.
Sua irmã Xiuyi (He Saifei) casou-se com o herdeiro Duanwu (Kevin Li) e promete lhe dar estudo.
Ao invés de desfrutar a vida cortesã, no entanto, Zhongliang é transformado em escravo.
O diretor Chen Kaige apenas sugere a situação incestuosa imposta a Zhongliang pelo cunhado.
Ainda adolescente e assustado com o que vê e vive, ele foge para Xangai e se transforma num gigolô.
Vingança
Dez anos se passam até que Zhongliang (agora interpretado por Leslie Cheung) receba a notícia da morte do patriarca Pang. De volta ao palácio, ele planeja vingança seduzindo Ruiy (interpretada agora por Gong Li, de "Lanternas Vermelhas").
Suas vidas em transição se chocam e levam a momentos inesperados.
A bela fotografia e os figurinos de época guiam a platéia em um mergulho num país dividido entre tradição e modernidade.
A história, que serve como parábola para o desenvolvimento da China antes da revolução maoísta, é repleta de conflitos morais e emocionais.
Mesmo assim, e talvez por isso, o filme revela uma violência infindável.
O diretor Chen Kaige, no entanto, poupa a platéia usando câmera desfocada.
(AG)

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