São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 1997
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Cientistas testam vacina genética contra o câncer

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma vacina genética contra o câncer parece estar cada vez mais próxima. Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA) conseguiram estimular o sistema de defesa de pacientes que haviam recebido a vacina genética.
Os resultados do estudo são publicados hoje na revista "Cancer Research".
Segundo os pesquisadores, do Centro de Oncologia e do Departamento de Urologia da universida de, o estudo é resultado de mais de oito anos de testes em laboratório com animais e testes pré-clínicos em humanos.
Oitenta voluntários com câncer generalizado nos rins ou com a doença já na fase de metástase receberam a vacina. O câncer é caracterizado por uma multiplicação descontrolada das células.
Segundo Fray Marshall, um dos autores do estudo, o objetivo foi determinar se a vacina poderia causar uma resposta imunológica nos pacientes.
Ele disse ainda que os pacientes tinham a doença em estado muito avançado e que não era esperado que eles ficassem curados. Alguns dos voluntários morreram durante o teste, embora tivesse sido constatada a ativação das células do sistema de defesa.
Para fazer a vacina, os cientistas tiveram de retirar cirurgicamente um pedaço do tumor. Então isolaram algumas células cancerosas e as irradiaram, a fim de que parassem de crescer (se multiplicar).
A equipe norte-americana isolou, a seguir, um gene responsável pela ativação do sistema de defesa chamado GM-CSF.
Genes são os trechos do material genético responsáveis pela produção de uma proteína, no caso, uma proteína capaz de ativar o sistema imune (de defesa).
O próximo passo foi "enxertar" o gene nas células cancerosas que haviam sido neutralizadas.
Para que o gene chegasse até o câncer foi preciso usar um "táxi", um vírus que foi inativado.
O resultado é o que chamaram de vacina, a qual foi injetada nos pacientes. Dentro do corpo, o genefoi capaz de estimular o sistema de defesa, fazendo com que destruísse parte das células cancerosas.
Segundo eles, o próximo passo é testar a vacina em pacientes de alto risco que ainda não apresentam a doença em estágio avançado.

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