São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Clubes poderão ter até três estrangeiros

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Os times brasileiros agora estão autorizados a contratar três jogadores estrangeiros.
A medida, que altera o artigo 330 da legislação da Confederação Brasileira de Futebol, foi assinada pelo presidente da entidade, Ricardo Teixeira, no último dia 9.
As equipes, no entanto, só podem utilizar esses três estrangeiros em jogos internacionais. Nas competições nacionais, somente dois podem estar em campo.
"O Brasil saía prejudicado principalmente em torneios na América do Sul, porque outros países jogam com três", disse Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF.
Outra mudança foi a abolição do artigo 332, que proibia amadores de outras nacionalidades de atuar em torneios profissionais.
Grêmio
O time gaúcho já quer fazer proveito da mudança na lei, tentando trazer o atacante argentino Gabriel Amato, 27, do Hércules, da Espanha. O Grêmio tem os paraguaios Arce e Rivarola.
Quando decidiu o título mundial interclubes, em 95, o clube tentou restringir o número de estrangeiros utilizado pelo seu adversário, o Ajax, da Holanda.
"Naquela ocasião, nos sentimos inferiorizados por termos uma legislação mais rígida", lembrou o presidente Silveira Martins.
Outros times com dois estrangeiros são Inter-RS, dos paraguaios Gamarra e Enciso, Atlético-PR, dos poloneses Nowak e Piekarski, e São Paulo, do colombiano Aristizábal e do paraguaio Isasi.
O artifício usado pelos clubes até então era naturalizar um dos estrangeiros para possibilitar a abertura de uma nova vaga.
Foi o caso do zagueiro uruguaio Ancheta, no mesmo Grêmio, em 1976, quando a equipe já tinha os argentinos Cejas e Ortiz.
O Inter-RS também concorda com o precedente feito pela CBF. Segundo o coordenador de futebol do clube, João Paulo Medina, a modificação é "uma tendência da globalização".
O time deverá contratar mais dois estrangeiros, pois Gamarra será transferido ao Benfica, de Portugal, em junho.

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