São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Polícia termina inquérito e sugere acusar um ministro

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A polícia de Israel encerrou o inquérito de um caso de corrupção que envolve o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, sem divulgar os resultados.
Segundo o Canal Dois de Israel, os investigadores aconselharam o Ministério Público a acusar formalmente o ministro da Justiça, Tzahi Hanegbi, e o diretor geral da Presidência do Conselho do governo, Avigdor Lieberman.
O inquérito serviu para apurar suspeita levantada por outro canal de TV acerca da nomeação de Roni Bar-On para o cargo de procurador geral do país. A suspeita é que o partido Shas (religioso, aliado de Netanyahu) teria aceitado no Parlamento que Israel se retirasse parcialmente de Hebron (Cisjordânia) para, em troca, nomear Bar-On para o posto.
Bar-On teria o compromisso de ajudar o líder do Shas, Aryeh Deri, em um caso judicial de corrupção que corre contra ele.
Em janeiro, Bar-On foi nomeado para o cargo e renunciou horas depois, por causa de críticas a seu escasso conhecimento jurídico.
O ministro e o diretor do Conselho teriam intermediado o acordo. Netanyahu depôs no inquérito e nega qualquer irregularidade.
As 995 páginas que resultaram de três meses de investigação e 60 depoimentos foram entregues ontem à promotora Edna Arbel. A polícia recomendou também a acusação de Aryeh Deri por conspiração.
A polícia disse que, "baseado na opinião da promotoria, a polícia decidiu não publicar as provas e conclusões. A promotoria vai decidir a natureza e o momento da divulgação do inquérito".
Negociação com árabes
Reunião de países banhados pelo mar Mediterrâneo, na ilha de Malta, se transformou ontem em mais um embate diplomático entre Israel e os árabes -sem avanços.
O chanceler de Israel, David Levy, insistiu na tese de que não deve haver pré-condições na negociação com palestinos.
Ele se referia -ainda que não tenha citado o caso explicitamente- à reivindicação árabe de que Israel pare de construir um novo assentamento, com 6.500 casas, em Jerusalém oriental.
Essa construção desatou uma onda de violência na região e praticamente paralisou o processo de paz.
O clima em Malta ficou ainda mais tenso quando Israel anunciou o fechamento de suas fronteiras com a Cisjordânia à meia-noite de ontem (18h em Brasília).
"Graças a avisos de possíveis ataques terroristas vindos da Cisjordânia, o Ministério da Defesa resolveu impor o isolamento", disse um porta-voz do órgão.
Milhares de palestinos que trabalham em Israel são periodicamente prejudicados por essas medidas.

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