São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 1997
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Contestação; Fatos distorcidos; Bola fora; Apoio; Constrangimento; Alívio

Contestação
"A Folha de 13/4 publicou a reportagem 'Empresário de Arraes está na mira da CPI' contendo informações inverídicas que o governo de Pernambuco contesta, afirmando o seguinte:
1) o empresário Roberto Viana não tem qualquer ligação com o governador de Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar. Muito menos pode ser chamado de 'empresário de Arraes';
2) o governo de Pernambuco rebate frontalmente a informação da reportagem, baseada em fontes desconhecidas, de que o empresário Roberto Viana é 'assessor informal em Pernambuco'. O Programa de Demissão Incentivada, citado na reportagem, foi idealizado, planejado e executado pela Secretaria Estadual de Administração;
3) é também inverídica a informação de que o empresário Roberto Viana 'é o responsável pelo planejamento de propaganda oficial' do governo de Pernambuco. O planejamento da mídia do governo é feito pelo jornalista Ricardo Leitão, que exerce o cargo de diretor de Apoio à Comunicação da Secretaria de Governo do Estado;
4) não é da empresa Polo de Propaganda, do empresário Roberto Viana, a campanha 'Viva a Nota', realizada pelo governo do Estado no ano passado para aumentar a arrecadação de ICMS. A referida campanha é da Propeg, contratada pela Progeg, como fornecedora, para executar apenas a programação cultural desenvolvida pela campanha;
5) a empresa Copat -e não Copac- venceu concorrência para fornecimento de alimentos a dez presídios, dentro de um processo público de licitação. A empresa já era fornecedora do governo em administrações passadas;
6) o empresário Roberto Viana não participou do processo de emissão de títulos públicos do Estado de Pernambuco e quaisquer ligações que este possa ter com o Banco Vetor são de responsabilidade exclusiva do Banco Vetor e do empresário;
7) os recursos obtidos com a venda dos títulos públicos foram usados para pagar todos os precatórios inscritos na dívida estadual, sendo o saldo remanescente empregado para cobrir as despesas com o 13º salário dos servidores, contrapartidas de contratos e convênios e investimentos em setores básicos -como permitia lei aprovada por unanimidade na Assembléia Legislativa de Pernambuco e resolução do Tribunal de Contas do Estado. Não tem nenhuma procedência a alegação de políticos derrotados nas eleições municipais de que houve desvio desses recursos em favor de aliados do governo de Pernambuco.
Lamentamos que em nenhum momento tenha o repórter da Folha procurado ouvir a versão de representantes do governo para os fatos."
Jair Justino Pereira, secretário de imprensa de Pernambuco (Recife, PE)

Resposta do jornalista Xico Sá - O repórter reafirma que o empresário e economista Roberto Viana tem várias ligações informais com o governo. Mesmo sem cargo na administração, cuidou de vários projetos. Realizou a campanha "Viva a Nota" por meio de um artifício: sua empresa Polo foi subcontratada da Propeg, empresa que havia vencido licitação para fazer publicidade oficial. O governador Miguel Arraes tem sido procurado há 20 dias, sem sucesso.

Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Fatos distorcidos
"Em 21/2 fui procurado pela repórter Daniela Falcão que, por telefone, buscava informações sobre um trabalho de acompanhamento da TV Escola.
Concordei em franquear cópias dos relatórios referentes aos dois últimos levantamentos.
Em contrapartida, a repórter assumiu explicitamente compromisso de, uma vez lido o material, telefonar-me para inteirar-se de dados que não estão nos relatórios e que seriam indispensáveis para a reportagem que ela estava produzindo.
Não tive qualquer retorno da repórter. Qual não foi minha surpresa ao ver estampado na Folha de 23/2 uma reportagem baseada exclusivamente num dos relatórios do Consed, interpretado de forma superficial, além de conter a transcrição literal de alguns trechos -até uma nota de rodapé- sem a caracterização da fonte.
O tratamento dado às informações distorce os fatos para comprovar um argumento. A TV Escola foi usada para sustentar um questionamento -legítimo, diga-se de passagem- sobre o Programa Nacional de Informática na Educação.
A reportagem baseia-se em dados descontextualizados de uma pesquisa que se insere num projeto continuado de avaliação. Os leitores não ficaram sabendo, por exemplo, que ao longo do ano passado foram realizados três levantamentos nacionais.
Uma simples comparação dos resultados obtidos nas três coletas indicaria um quadro mais realista do que o apontado pelo jornal."
Paulino Motter, assessor de comunicação do Consed -Conselho Nacional de Secretários de Educação (Brasília, DF)

Bola fora
"Mais uma vez o nosso ministro Serjão chutou a bola fora, agora com relação ao aumento das tarifas telefônicas."
Alexandre Augusto de Almeida Aguiar (Ourinhos, SP)

Apoio
"Em relação à reportagem 'Selo anti-Aids traz figura de camisinha', gostaríamos de esclarecer que o Ministério da Saúde deu todo o apoio para essa iniciativa e o próprio ministro, dr. Carlos César de Albuquerque, fez seu lançamento, no dia 7 de abril, na sede da Organização Panamericana de Saúde, em Brasília."
Maria Eugênia Lemos Fernandes, presidente da Associação Saúde da Família, diretora do Projeto Aidscap/Brasil (São Paulo, SP)

Constrangimento
"Inovações são sempre bem-vindas. Preocupam-me, porém, algumas que talvez sejam muito avançadas para certas cabeças, entre as quais me incluo.
Refiro-me à seção das segundas-feiras da psicóloga (?) Rosely Sayão, onde os assuntos tratados são de estarrecer.
Essa não é uma opinião isolada, pois quando passei a mostrar à minha esposa esses artigos, ela sugeriu que eu recortasse esse pedaço do jornal, para que nosso filho de 13 anos não tivesse essa aula inconveniente dentro de casa.
Não nos consideramos quadrados nem antiquados, pois temos outros três filhos (17, 23 e 25 anos) e sempre procuramos nos atualizar em coisas que são de interesse da educação deles.
Na minha opinião, essas cartas poderiam ser respondidas individualmente, pois a dúvida dos leitores é de interesse exclusivamente de quem escreve. A Folha pouparia então seus milhares de leitores do constrangimento perante seus filhos."
José Maria Candioto (São José dos Campos, SP)

Alívio
"Sobre a entrevista com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Sepúlveda Pertence (14/4): é um alívio saber que pelo menos o Poder Judiciário não perdeu a razão, apesar dos esforços grandiosos dos que querem acabar com a segurança jurídica do nosso ordenamento, dentre os quais se inclui boa parte da imprensa brasileira."
Marcelo Pereira (São Paulo, SP)

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