São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 1997
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Ataques desperdiçam tempo de jogo

VALMIR STORTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Paulista-97 tem 11% a mais de tempo útil de jogo do que em 96, mas as equipes da competição não conseguem transformar esse "bônus" em gols.
Nas partidas do primeiro turno do campeonato do ano passado, a bola rolou por 51min46s. Neste ano, a marca atingiu 57min14s.
O regulamento dos torneios é diferente, mas a amostra dos jogos é a mesma.
Em 96, o campeonato foi disputado no sistema de todos contra todos, em dois turnos de 120 jogos. Neste ano, são três turnos, mas, até este momento, todos os times se enfrentaram uma vez, disputando 120 jogos, assim como em 96.
Apesar do aumento de 10,7% no tempo de jogo, o crescimento no número de gols foi de míseros 0,03%: passaram de 373 do ano passado para 374 neste ano.
E não é por falta de tentativa. Com o "tempo extra" de jogo, os times finalizaram 11,3% mais. A eficiência aumentou 9,3%.
No ano passado, os ataques acertaram o gol adversário 12,8 vezes. Agora, acertaram 14 vezes.
Outro crescimento significativo é constatado nos passes.
Com gramados em reais condições de abrigar jogos de futebol, os times estão trocando mais passes, agora feitos com mais eficiência.
Em relação ao campeonato do ano passado, as equipes estão dando 7,7% mais passes por partida.
Se em 96 as duas equipes num jogo faziam uma média de 728 passes, no Paulista-97 passaram a fazer 784. A eficiência desses passes seguiu esse crescimento.
No ano passado, as equipes acertavam 78,3% de seus passes e, agora, alcançaram a marca de 80,4%, a maior desde que o Datafolha passou a medir esse fundamento no Campeonato Paulista de 1989.
"A melhora dos gramados dá maior confiança aos jogadores e ajuda até na hora da finalização, por sabemos, realmente, qual será a trajetória da bola no momento em que recebemos um passe", diz o meia Robert, que fez quatro gols na competição pelo Santos.
Curiosamente, a melhoria dos gramados fez aumentar o número de passes, mas não o de lançamentos, que cresceu 50%.
Passou de 16 por partida em 96 para 24 neste ano.
Tanto o aumento do tempo de jogo como o de finalizações pode ser considerado surpresa neste ano, já que a média de faltas cometidas cresceu 5,7% em relação a 96.
No primeiro turno do ano passado, cada partida tinha uma média de 45,8 faltas. Neste ano, essa marca subiu para 48,4 faltas.
Apesar disso, o número de cartões diminuiu consideravelmente. A expectativa de crescimento se reverteu com a promessa da Federação Paulista de Futebol (FPF) em aumentar o rigor nas arbitragens para barrar a violência.
Assim, no primeiro turno de 96 houve um aumento de 38,3% no número de cartões amarelos e de 14,4% no de vermelhos.
Em 95, 90 jogadores foram expulsos. No Paulista-96, já ocorreram 103 expulsões.
Neste ano, apenas 82 atletas receberam o cartão vermelho, uma queda de 18,5%.
Com os cartões amarelos ocorreu o mesmo. No ano passado foram mostrados 38,3% mais cartões do que em 95, passando de 587 amarelos para 812.
Agora, os amarelos foram mostrados 597 vezes, uma redução de 26,5%.

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