São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997 |
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Para UDR, presidente é "neofalacioso"
EDMILSON ZANETTI
"Ele é PhD (doutor) em falácia, tem a fala fácil, e convence com facilidade quem não é bem informado sobre determinados assuntos, como a sociedade, que não sabe que reforma agrária quer", afirmou ontem, de Presidente Venceslau, no Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo). Falácia, segundo o "Dicionário Aurélio", é qualidade de falaz (enganador, fraudulento). "É tão gostoso ouvi-lo que a gente acaba caindo na conversa. Mas da conversa à realidade a distância é muito grande", afirmou o ruralista. Para o presidente da UDR, um eventual pacto entre o governo federal e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), na audiência de hoje no Palácio do Planalto, vai provar que "o presidente se tornou presa de um movimento para o qual ele deu corda". Santos criticou o conteúdo do pacote de medidas previamente anunciado para acelerar a reforma agrária. "Se o governo continuar fazendo uma reforma agrária 'distributivista', vamos assistir a uma massa de pobreza cada vez maior no campo e quem vai pagar são os municípios." Na mesma linha de crítica à política do governo federal para os problemas do campo, o presidente da CNA (Conferência Nacional da Agricultura), Antonio de Salvo, diz que "não basta dar terra". Segundo Salvo, o governo precisa, antes de se propor a assentar trabalhadores rurais, desenvolver uma política agrícola para "apoiar quem tem terra e sabe produzir". "O que é preciso é descobrir quem tem vocação para o trabalho na terra e fornecer a essas pessoas condições", afirmou o ruralista. Seu colega da UDR, disse ainda que não acreditar que os sem-terra respeitem eventual acordo de trégua para invasões. "Se houver crescimento do movimento, vai crescer também o número de invasões e isso vai deixar muita gente com barba de molho." Texto Anterior: ACM critica 'agregados' à marcha Próximo Texto: Áreas podem vir a servir a 508 famílias Índice |
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