São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997 |
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Soldado é preso por atuar em peça teatral
LÉO GERCHMANN
Apresentada pelo grupo teatral Falos & Stercus, a peça "PM2" mostra um executivo batendo em meninos que dançam rap. Uma mulher surge para contê-lo, sendo por ele estuprada. Em seguida, aparecem os policiais militares e agridem a todos, sendo, depois, linchados. O soldado desempenhava o papel de um menino. A prisão de Cunha começou no último dia 9. A peça havia sido apresentada em 26 de março, na esquina entre as ruas Borges de Medeiros e Andradas, no centro de Porto Alegre (RS). O local é conhecido popularmente como "Esquina Democrática". O tenente-coronel Antônio Cirino, chefe de comunicação social do 5º Comando Aéreo Regional, disse que Cunha desrespeitou algumas regras disciplinares, entre as quais a que proíbe soldados de participarem de atividade pública sem autorização. "O rapaz é um soldado, e nessa situação deve saber que há algumas normas de conduta a respeitar. Nós não descontamos salários, nem demitimos. A punição que lhe foi imposta é, de certo modo, normal na vida militar", disse ele. No dia da apresentação, Cunha pedira dispensa de 24 horas para doar sangue, o que foi visto "com normalidade" por Cirino. "A doação de sangue é corriqueira para um soldado. Ele fez a doação e no mesmo dia participou da peça." O comando recebeu, segundo Cirino, "uma observação" da Brigada Militar (a PM gaúcha) sobre a participação do soldado -de quem policiais militares pegaram a identidade logo depois da apresentação- e o conteúdo do enredo. Cunha, que foi solto na quarta-feira, é irmão do ator Marcelo Restori da Cunha, do Falos & Stercus, e já voltou ao trabalho na Esquadrilha de Saúde. Contatado no final da tarde de ontem pela Agência Folha, ele disse que não poderia dar entrevistas. Texto Anterior: Ceará nomeia general para Secretaria da Segurança Próximo Texto: Desembargadores criticam chefe do TJ Índice |
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