São Paulo, sábado, 19 de abril de 1997
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Será?

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

A F-1 volta à Europa sempre cheia de dúvidas após o seu tradicional passeio ultramarino de início de temporada.
Em geral, bastam duas ou três corridas no velho continente para que esses pontos de interrogação sejam abolidos.
Na maioria das vezes, o que era surpresa se transforma em decepção ou cai no esquecimento inerente ao segundo pelotão.
O caso da Jordan, no ano passado, foi exemplar. Barrichello largou na primeira fila em Interlagos, chegou em quarto em Buenos Aires e...fim. Lá se foi o tal fôlego inicial.
Graças ao milagre da borracha japonesa e à seriedade demonstrada pelos aspirantes Stewart, Prost e Walkinshaw, a escrita, neste ano, queremos acreditar, será alterada.
Mas isso é possível? Os orçamentos gigantes, aqueles que permitem testes e evoluções a cada semana, não farão mais tanta diferença?
Ou, a visibilidade obtida pelos alienígenas que invadiram as primeiras filas e o pódio argentino serão suficientes para convencer os patrocinadores a aumentarem seus pacotes?
Não dá para responder. Apenas é possível dizer que as tais dúvidas iniciais, neste ano, são bem maiores, muito mais complexas do que as das últimas três temporadas.
É fato que o GP de San Marino, apesar da sombra de Senna, promete as primeiras respostas.
A principal delas, se o rendimento da Bridgestone será suficiente em uma pista rápida.
Mas, para se ter uma idéia da situação, só essa resposta já merece duas réplicas: a empresa tem conhecimento prévio do circuito e/ou pode chover.
Outro exemplo: a Stewart não testou nesta semana. Mas o diretor da Ford européia correu para a sede, em Detroit, logo após o quinto posto no grid de Barrichello em Buenos Aires.
Se sobreviver ao seu primeiro grande teste, no próximo fim-de-semana, essa nova dinâmica da F-1 promete durar.

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