São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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DEPOIMENTO

"Minha filha morreu de Aids cinco anos atrás quando tinha um ano e dez meses de idade. Meu marido morreu um ano depois da minha filha.
Quando fiquei sabendo que as pessoas estavam fazendo colchas para homenagear os mortos pela Aids, eu também quis fazer uma para minha filha.
Procurei muito pela casa e não encontrei nada que tivesse pertencido a ela. Logo depois da sua morte, eu tinha doado seus brinquedos e suas roupinhas. Eu não podia conviver naquela casa vendo suas bonecas e seus casaquinhos.
Um dia, faz algumas semanas, eu estava na sala quando a estante de livros despencou sozinha. Atrás dos livros estava um casaquinho e um cobertor dela. Achei que aquilo era um sinal.
Sua colcha terá de ser colorida, com anjinhos voando. Encontrar suas roupinhas foi muito triste, mas a homenagem terá que ser alegre, como ela gostaria de ser."

Cecília, 32, jornalista, está fazendo a colcha para a filha no Grupo pela Vidda.

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