São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 1997
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Quadros interpretam apóstolos

DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

O cenáculo de San Marco (1482), no Museo di San Marco, e o cenáculo de Foligno, de Perugino, no Conservatorio di Foligno, ficam próximos um do outro.
O primeiro fica na piazza San Marco, o outro perto da estação de trem. Os dois possuem jardins: o de Ghirlandaio é tipicamente toscano, cheio de árvores frutíferas, enquanto o de Perugino usa as árvores azuis da sua Umbria nativa.
Essas são as Santas Ceias mais elegantes, mas não há drama ou excitação. Todas as figuras são sóbrias, inteligentes e humanistas.
A Santa Ceia mais famosa depois da de Da Vinci é a de Andrea del Sarto, pintada em 1519 para a tranquila abadia Vallombrosana, em San Salvi, a uma pequena viagem de ônibus do centro.
Sutileza
Os apóstolos são pintados como homens reais, que reagem com emoções de incredulidade, alarme, ódio e decepção -até João está acordado.
As cores da pintura e da sala combinam bem: os vermelhos, marrons e amarelos da Santa Ceia misturam-se harmoniosamente com o chão de terracota encerrado e o creme do teto abobadado.
O impressionante aqui, no entanto, é o movimento do conjunto, que pode ser tão sutil como o ondular de uma toalha ou tão excitante quanto a forma como cada mão e cada ombro apontam para o pão que Jesus está por consagrar.

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