São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Safrinha cresce e rouba área do trigo

MARCELO NEGROMONTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A segunda safra de milho, mais conhecida como safrinha, está aumentando em todo o país, como alternativa de cultura de inverno.
O Brasil deve produzir cerca de 4 milhões de t de milho na safrinha deste ano, registrando aumento de 23% em relação à produção de 96, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Nos últimos cinco anos, a produção da segunda safra de milho cresceu 68%.
O Paraná é o Estado pioneiro na safrinha de milho, implantada no início da década de 80, e detém a maior produção. A estimativa para este ano é de 1,5 milhão de t, segundo a Conab.
São Paulo, que começou a plantar milho safrinha em 89, deve produzir 939 mil t este ano, 20% a mais que em 96.
O cultivo do safrinha exige baixos investimentos e pode ter boa rentabilidade. Mas os riscos são altos, devido à possibilidade de estiagem ou geada.
"A renda para o produtor, se comparada com a safra de verão, é menor, mas os custos também são menores", afirma Alfredo Tsunechiro, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Renda menor não significa lucro pequeno, já que no período de colheita (julho e agosto) o preço da saca do milho é maior que os praticados hoje, devido à entressafra.
"Considerando os preços atuais da saca, cerca de R$ 5,80, o lucro por hectare seria de R$ 2,15", afirma Luiz Antônio Schimidt, produtor de Palmital (SP).
"Se fosse plantar trigo, o prejuízo seria de R$ 20/ha", calcula Schimidt.

LEIA MAIS sobre milho na pág. 5-4

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