São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 1997
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Vendas de água mineral crescem 47%

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As classes de menor poder aquisitivo se tornaram fonte de renda também para as indústrias de água mineral. O setor registra crescimento de 47,3% nas vendas desde 94, segundo a Abinam, associação que reúne os fabricantes.
Em 97, as maiores do setor esperam aumentar em até 20% suas vendas. A produção total no Brasil -hoje sexto no ranking mundial em volume- deverá atingir 2 bilhões de litros neste ano, prevê a Abinam.
A água com gás, que até pouco tempo era considerada "supérflua" (mais consumida em bares e restaurantes), também começou a ser adquirida com mais frequência nos supermercados.
A venda do produto cresceu 40% nos últimos dois anos, informa a Abinam. Em 97, o consumo deve aumentar 25%.
Melhor distribuição
Estabilidade nos preços e maior acesso dos "emergentes" ao produto são alguns dos fatores que explicam, segundo indústrias do setor, o aumento no consumo de água mineral no país.
"Além dos preços, que até então eram confundidos com os dos refrigerantes, a melhor distribuição foi um fator fundamental. Com o Real, os supermercados se instalaram nas periferias, ampliando a área de vendas", diz Carlos Alberto Lancia, presidente da Abinam.
O fato de o consumidor brasileiro estar mais preocupado em adquirir produtos mais saudáveis também influiu no aumento das vendas, afirmam as empresas.
Mas o consumo per capita no Brasil, de 11 litros por habitante, ainda está longe do de países como Itália e França, onde ele atinge 136 e 113 litros, respectivamente.
É justamente esse baixo consumo no Brasil que incentiva os fabricantes a apostar no crescimento do mercado.
Em 97, o setor irá investir R$ 50 milhões na ampliação de fontes, novos equipamentos e embalagens, conta Lancia.
A concorrência acirrada entre as empresas do setor faz com que elas guardem a sete chaves números sobre desempenho das vendas e faturamento.
O grupo Edson Queiroz é o líder de vendas no país. Suas duas marcas, Minalba e Indaiá, detêm, diz a Abinam, 25% do mercado.
A empresa prevê aumento de pelo menos 15% nas vendas em 97. O grupo irá investir R$ 10 milhões em novas embalagens, diz Fernando Câmera, gerente de marketing.
O grupo Perrier, que comercializa as águas São Lourenço (terceira mais vendida no país), Lindoya Levíssima, Petrópolis e a Perrier (importada), fica em segundo lugar no ranking, com 3,66% do mercado, segundo a Abinam.
O grupo estima crescimento de 20% das vendas em 97, diz François Kraml, gerente de marketing.
Degustação de água
A Perrier espera, neste ano, aumentar a participação da água com gás no total de vendas do grupo, afirma Kraml.
O potencial desse mercado e também a mudança de hábito por parte do consumidor levaram a Perrier a fazer, recentemente, degustações da água com gás São Lourenço em supermercados de São Paulo e do Rio, conta Kraml.
"O consumidor brasileiro está mais exigente. Ele não acha mais que todas as águas são iguais."
Em 97, a Perrier quer ampliar a capacidade de captação de água em suas fontes.
No ano passado, a empresa investiu R$ 2 milhões em máquinas para soprar as garrafas na própria fonte, eliminando gastos com transporte de garrafas vazias, como ocorria até então.

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