São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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Depoimento de secretário pode favorecer acusado de corrupção

Assessor de Krause dá informações distintas à Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O depoimento do secretário nacional de Recursos Hídricos, Paulo Romano -uma das principais testemunhas do processo de cassação do mandato do deputado Pedrinho Abrão (PTB-GO)-, poderá facilitar a defesa do parlamentar. Abrão é acusado de corrupção, o que caracterizaria quebra de decoro e seria motivo para cassação.
Romano depôs ontem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e deu informações diferentes das relatadas em dezembro à comissão de sindicância que apurou a denúncia contra Abrão.
No primeiro depoimento, Romano disse que o deputado teria exigido uma comissão de 4% para manter no Orçamento verba de R$ 42 milhões destinada à construção da barragem do Castanhão (CE).
Ontem, afirmou que a taxa seria cobrada sobre todas as obras do setor de recursos hídricos previstas no Orçamento da União de 97.
Segundo Romano, o deputado disse a Alfredo Moreira Filho -representante da empreiteira Andrade Gutierrez em Brasília e autor da denúncia- que esse era o "procedimento" para manter os recursos.
Romano se confundiu ao relatar a participação do deputado João Leão (PSDB-BA) em uma reunião com o funcionário da construtora, no dia 29 de novembro passado. Naquele dia, Moreira denunciou Abrão por tentativa de extorsão.
O secretário disse que Leão, à época da subcomissão de recursos hídricos, foi chamado para testemunhar a denúncia. O deputado, que também depôs, informou que foi chamado por Romano para tratar de um assunto importante.
O ministro do Meio Ambiente, Gustavo Krause, que chefia Romano, também falou à comissão.

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