São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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"Gostaria que eles sofressem"

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PAU BRASIL

Marineide Jesus dos Santos, irmã do índio assassinado, afirmou ter vontade de fazer justiça com as próprias mãos.
"Não sei o que a Justiça de Brasília vai determinar, mas saberia muito bem o que fazer com esses cinco assassinos se eles estivessem presos aqui na aldeia", disse ela.
Marineide disse que gostaria de matar "lentamente" e depois "queimar cada parte" do corpo dos acusados.
"Gostaria que eles sofressem tudo o que o meu irmão passou lutando pelas nossas terras", disse Marineide.
O índio Galdino Jesus dos Santos sempre se dedicou à agricultura na reserva de Pau Brasil.
Um dos líderes da tribo, ele foi nomeado integrante do conselho há cinco anos. Além de traçar as metas anuais para a aldeia, o conselho é responsável pelos contatos com políticos e pelas reivindicações da tribo.
Foi para reivindicar a reintegração de posse de 788 hectares determinada pela Justiça de Brasília em dezembro do ano passado que Santos foi a Brasília na última quarta-feira.
"Ele estava muito feliz e disse que a comunidade deveria fazer uma festa para comemorar mais essa conquista", disse sua mulher Genilda Rosa Campos, 47.
Santos e Genilda conviviam havia um ano e um mês e não tinham filhos em comum.
Eles moravam com três meninas -uma filha de Santos e duas de sua mulher.
(LF)

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