São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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Parentes de morto por policial em Diadema querem R$ 15 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

Os familiares do conferente Mário José Josino entrariam ontem com duas ações contra o Estado de São Paulo pedindo uma indenização de R$ 14,9 milhões. As ações seriam protocoladas na Vara da Fazenda Pública.
Josino foi morto por policiais militares no mês passado, em Diadema (Grande SP). A ação dos policiais foi gravada por um cinegrafista amador e as imagens, veiculadas pela televisão.
O advogado dos familiares, João Tancredo, 40, disse que a ação inclui uma pensão mensal de 8,5 salários mínimos pelos próximos 40 anos (expectativa de vida de Josino) e uma indenização por danos morais para 12 parentes (mulher, filho, mãe e nove irmãos).
O dinheiro ainda prevê ressarcimento dos gastos que a família teve com o enterro de Josino (R$ 860) e requer a compra de um jazigo para o corpo do conferente.
O advogado optou por duas ações: uma em nome do filho e da mulher de Josino e outro cujos autores são a mãe e os irmãos.
Rapidez
Segundo Tancredo, o direito da mulher e do filho, herdeiros diretos, são mais rapidamente reconhecidos.
"Os outros parentes também devem conseguir o que querem, mas vai demorar mais, e não quis atrasar o ressarcimento à viúva e ao menino (Kleiton)."
Tancredo, que trabalha para a ONG Bateau Mouche Nunca Mais, surgida por ocasião do naufrágio do barco Bateau Mouche no Rio, disse que parentes de vítimas da tragédia com o barco obtiveram indenizações semelhantes.
A ação de indenização pede 10,8 mil salários mínimos para cada parente.
"O Mário não morreu, simplesmente. Foi morto pelo Estado. Se você comparar com precatórios, é um décimo do valor."

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