São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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Governo decide amanhã se freio é necessário

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá discutir amanhã a necessidade de impor ou não um freio para segurar o ritmo de expansão da economia.
A pauta da reunião será preparada hoje pelo Conselho da Moeda e do Crédito (Comoc).
Integram o CMN os ministros da Fazenda e do Planejamento, além do presidente do Banco Central.
Um dos assuntos em análise é o comportamento do volume de crédito na economia.
O governo está preocupado com essa oferta de crédito, mas ainda não chegou a um consenso se é necessário adotar alguma medida neste momento.
Os setores de automóveis e de eletroeletrônicos estão com vendas consideradas elevadas. Isso porque oferecem condições facilitadas de pagamento. A venda de refrigeradores, por exemplo, subiu 17,15% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Até ontem à tarde, no entanto, ainda não havia definição sobre os assuntos da pauta do CMN.
Sinalização dos juros
Na semana passada, o governo manteve inalterada a TBC (Taxa Básica do Banco Central). Foi fixada para maio a mesma taxa de abril. Esse foi um sinal de que o governo tem dúvidas sobre a conjuntura econômica.
Alguns indicadores, por exemplo, mostram crescimento localizado nas vendas. Os números da indústria, porém, apontam queda de produção em alguns setores em janeiro e fevereiro.
A TBC inalterada mostra que o governo está atento aos empréstimos dos bancos para pessoas físicas, ao comportamento da inadimplência no mercado interno e à taxa de juros dos Estados Unidos.
Ao interromper a queda das taxas de juros, o governo mostrou ao mercado sua preocupação sem indicar aos agentes econômicos mudança na política de redução gradual dos juros.
Outro ponto considerado importante na definição do cenário econômico para os próximos meses é o comportamento da balança comercial.

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