São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 1997
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Japão protesta, mas agradece a Fujimori

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O violento fim da crise dos reféns no Peru foi respaldado pela maioria dos países que se manifestaram sobre a ação. O Japão reclamou da forma como a ação foi conduzida, mas agradeceu ao Peru pelo fim da crise.
Horas depois do ataque, o primeiro-ministro do Japão, Ryutaro Hashimoto, lamentou não ter sido informado de antemão.
"Por ter sabido usar a vantagem para resgatar os reféns, quero agradecer ao presidente Alberto Fujimori", afirmou. Ele disse ao presidente peruano, por telefone, que teria feito o mesmo.
O governo brasileiro elogiou o "profissionalismo" da ação. O chanceler Luiz Felipe Lampreia, que está no Canadá com o presidente Fernando Henrique Cardoso, disse que o Brasil apóia a atitude tomada pelo governo do Peru. FHC não quis se manifestar.
EUA, Espanha, Argentina e Chile são outros países que também elogiaram a decisão do Peru.
O secretário da Defesa dos EUA, William Cohen, recebeu bem a ação militar. "A paciência é uma virtude, mas não deve ser eterna", disse. Cohen afirmou ainda que os EUA tiveram indícios da ação, mas não participaram dela.
O governo argentino, por meio de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, disse estar "satisfeito e alegre" com o fim da crise em Lima.
"Os padecimentos dos reféns, os riscos envolvidos na operação, os feridos e mortos devem ser contabilizados como produto da irracionalidade e intransigência do terrorismo", afirmou o governo do presidente Carlos Menem.
O ministro do Interior chileno, Carlos Figueroa, disse que a decisão do presidente do Peru, Alberto Fujimori, "requer uma grande coragem". Segundo ele, Fujimori "fez todos os esforços possíveis para uma saída negociada, mas colidiu com as posições obstinadas do grupo terrorista".
A ação em Lima também foi bem recebida pelo primeiro-ministro da Espanha, José María Aznar, que está na Argentina. Ele disse que Fujimori "levou, em linhas gerais, bem o assunto".
Alguns países preferiram não se manifestar por enquanto. Os presidentes da Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada, da Colômbia, Ernesto Samper, do Equador, Fabián Alarcón, e da Venezuela, Rafael Caldera, analisam a possibilidade de emitir um comunicado conjunto. Eles estão reunidos em Sucre, na Bolívia, em encontro de países andinos.
As críticas à operação militar foram tímidas. "Preferia uma saída pacífica, mas isso é uma simples preferência", disse o chanceler do Canadá, Lloyd Axworthy.

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