São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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'Matéria' não é para CNBB, afirma FHC

Entidade estaria desinformada

LUCAS FIGUEIREDO
DO ENVIADO ESPECIAL AO CANADÁ

Poucos minutos antes de embarcar de volta para o Brasil, o presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma série de queixas em Montreal, Canadá.
Ele reclamou da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pelo fato de a entidade ter se colocado contra a privatização da Vale do Rio Doce e por ter acusado o governo, em um documento interno, de corromper parlamentares para aprovar as reformas.
"O documento sob timbre da CNBB e também a manifestação sobre a Vale do Rio Doce, eu acho que aí, francamente, não é matéria para a CNBB", afirmou.
"Eu não vejo que isso seja conveniente à CNBB, uma instituição que respeito e muito. Não é matéria para que eles opinem sem ter informação. Eu informo, se for necessário", disse.
Apesar da crítica, FHC disse que é amigo de d. Lucas Moreira Neves, presidente da entidade. "Eu me encontro sempre com ele e continuarei me encontrando."
Indagado sobre reeleição, disse: "Vocês acham que a minha vida é fácil? Que é um estilo de vida que possa motivar alguém? Não, eu faço por dever de brasileiro".
Até o fechamento desta edição, a CNBB não havia se manifestado sobre as declarações de FHC.
Durante conversa com empresários canadenses, FHC, por várias vezes, levou a mão à orelha direita e franziu a testa de dor, resultado de uma sessão de natação em Brasília na semana passada, quando entrou água no seu ouvido.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) não escapou das lamúrias. Após dizer que o movimento é legítimo, atacou: "O que não é legítimo é fazer de conta que o governo não faz nada. O governo faz".
Ao comentar o vazamento de um documento do Banco Central sobre projeções econômicas, foi categórico: "É preciso botar para fora funcionário que não presta".
(LF)

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