São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Usuários destroem três vagões de trem

MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 500 usuários dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) da linha que liga o centro de São Paulo à zona leste, destruíram ontem à noite três vagões de uma composição da empresa na estação de Engenheiro Goulart, no bairro de Cangaíba (zona leste).
Os passageiros ficaram impacientes com a demora no restabelecimento de energia na subestação elétrica que alimenta os trens, afetada pelo blecaute que atingiu ontem à noite as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
Segundo o segurança Rogério Batista da Silva, 32, que trabalhava na estação na hora do tumulto, o trem parou às 18h45.
A chefia da estação teria avisado aos passageiros que o trem não prosseguiria seu trajeto enquanto não fosse restabelecida a energia na rede ou chegasse uma locomotiva para substituir a energia.
Impacientes com a demora, os passageiros começaram a dizer palavras de ordem, pedindo a devolução do dinheiro da passagem.
Por volta das 19h, os três vagões foram incendiados e os bancos da estação, e duas cabines de segurança, jogadas sobre os trilhos.
O Corpo de Bombeiros chegou ao local às 19h10, quando os passageiros começaram a sair da estação pela entrada principal, na avenida Assis Ribeiro.
Segundo o tenente Elefelete Ferreira da Silva, 36, o fogo foi apagado em meia hora.
O tenente disse que não poderia precisar qual o meio empregado pelos usuários do trem para incendiar os vagões. "Só após a perícia poderemos saber."
Cerca de 60 PMs do policiamento de choque e da 1ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Militar foram ao local para evitar novos tumultos. Ninguém foi preso.
A estação de Engenheiro Goulart já havia sido destruída anteriormente, em setembro de 1996. O local foi reentregue à população, reformado, em março.
Trânsito
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o congestionamento na capital chegou a 120 km, às 19h de ontem.
Não houve acidentes graves, conforme a CET, porque o horário em que faltou energia era de pico, quando os veículos geralmente estão em velocidade mais baixa.
O equipamento funciona mesmo em caso de falta de energia. "Foi uma boa estréia, já que nunca foi testado desde a sua implantação", disse Cunha.
No entanto, onde não havia semáforo inteligente o congestionamento foi grande. Funcionários da CET tiveram de ir para as regiões das avenidas Paulista e Rebouças, por exemplo, a fim de orientar melhor o trânsito. A circulação de trens do metrô não foi afetada.

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