São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Mulheres estudam mais, mas têm salário menor

Rendimento médio em janeiro deste ano foi de R$ 631

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A participação das mulheres no mercado de trabalho mostra que o grau de escolaridade não é a única condição para se obter melhores empregos e salários.
Na década, o percentual de mulheres que estudaram 11 anos ou mais subiu de 17% para 25% da população em idade ativa (a partir de 10 anos de idade). Entre os homens, esse índice aumentou de 18% para 24%.
Além de passar mais tempo na escola, as alunas têm desempenho melhor. Em 94, o percentual das estudantes que haviam sido reprovadas pelo menos uma vez foi de 27,1%. Entre os alunos, essa taxa chegou a 39,1%.
Mesmo assim, revela pesquisa da Fundação Seade, as mulheres têm rendimentos menores que os dos homens.
Em janeiro, a média dos rendimentos obtidos por mulheres na Grande São Paulo foi de R$ 631. Homens ganharam, em média, R$ 1.026.
Segundo a pesquisa, as mulheres são obrigadas a estudar três vezes mais tempo para obter rendimento superior ao dos homens.
O salário médio de uma mulher que completou o segundo grau -o que dá, por baixo, 11 anos de estudo- era, em fevereiro, equivalente a R$ 671.
Esse valor não fica distante dos rendimentos médios de homens com apenas quatro anos de escolaridade, que no mesmo período foram de R$ 613.
Aumenta diferença
A diferença é grande quando se compara mulheres e homens com a mesma escolaridade, em qualquer nível.
Em fevereiro, o rendimento médio de homens com terceiro grau completo foi de R$ 2.992. Mulheres com curso superior receberam, em média, R$ 1.538.
A defasagem do salário médio das mulheres aumenta entre pessoas com segundo grau. No período, elas ganharam R$ 671 e eles, R$ 1.227.
Mais desemprego
As mulheres também são mais afetadas pelo desemprego. Em São Paulo, o percentual de mulheres desempregadas em relação à PEA (População Economicamente Ativa) ficou em 16,3%, contra 12,8% de homens.
Em outras três regiões metropolitanas, usadas como base de comparação na pesquisa, a situação se repetiu.
No Distrito Federal, as mulheres desempregadas somavam 19,2% da PEA e os homens, 13,8%. Em Belo Horizonte, a relação foi de 13,6% contra 11,1%. Na Grande Porto Alegre, 13,3% contra 12,4%.

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