São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Para sindicalistas, aumento é forma de achatar salários

DA REPORTAGEM LOCAL

Sindicalistas ouvidos pela Folha acreditam que o reajuste de 7,14% do salário mínimo é uma forma de conter o repasse dos ganhos de produtividade para os trabalhadores e achatar os rendimentos.
Segundo as lideranças sindicais, ao conceder um reajuste menor que a inflação do período -que deve ser de 8%-, o governo sinaliza para o setor privado quais as bases de negociações salariais futuras.
"O reajuste do mínimo ainda é um referencial para as negociações futuras. Os 7,14% simbolizam a opção do governo pelo achatamento salarial", afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ricardo Berzoini.
O presidente da Federação Única dos Petroleiros, Antônio Carlos Spis, também acha que o reajuste abaixo da inflação é uma estratégia do governo para limitar negociações futuras.
"O governo quer apagar a memória inflacionária e promover o arrocho salarial. Mas os trabalhadores já estão conscientes disso", disse ele.
Spis classificou o aumento como "piada de mau gosto" com os trabalhadores.
"O governo dá R$ 8 para o mínimo e aceita o extrateto para os políticos", comparou.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse ter vergonha do mínimo.
"Não dá nem para comentar. Eu tenho vergonha de fazer qualquer análise sobre o salário mínimo brasileiro. É lamentável que o aumento não tenha sido maior", disse Paulinho.

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