São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997 |
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Como está o seu 'achômetro'?
RENATO DUPRAT
Ao subir no elevador do prédio, para o escritório, o ascensorista, que é sabidamente corintiano, se vira e diz: "Que juiz bom aquele, hein, doutor." Ao abrir os jornais, encontro as mais diferentes opiniões sobre a arbitragem do mesmo jogo. As rádios, então, são muito mais diversas. Sem contar as opiniões de são-paulinos, santistas e os demais torcedores paulistas. Divisões de opiniões que solidificam, excitam e promovem cada vez mais o desenvolvimento do futebol. São as atividades sócio-econômicas fundamentais e indispensáveis ao nosso povo -geram e mantêm empregos- produzindo prazer e emoções. À tarde, sento em conjunto com Serafim del Grande e Abel Barroso Sobrinho para avaliar as arbitragens, com notas dos observadores, dos treinadores e de ex-profissionais. Constituímos a comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol. Tentamos sempre buscar a verdade dos fatos, fazendo uma análise das jogadas mais polêmicas sob o ponto de vista exclusivamente técnico e com bom senso. Fazemos uma média de avaliação. Essa avaliação é a rotina que acontece todas as semanas após os jogos. Nesta semana, estamos promovendo um curso de arbitragem para a imprensa. Uma vez por semana, durante quatro semanas, no estádio do Ibirapuera, serão ministradas as aulas. O curso tem uma importância fundamental. A imprensa tem um papel muito importante em todos os segmentos. Com a arbitragem não poderia ser diferente. Mais do que o fato, a repercussão do fato infere na opinião do torcedor. Nunca é demais relembrar o que me disse o presidente da Fifa (entidade máxima do futebol), João Havelange: "Meu filho, o futebol vive de polêmicas. O dia em que acabar a discussão de botequim, acaba o futebol". Nessa discussão, os árbitros estão em nítida desvantagem. Recursos como "slow motion" (ou a câmera lenta), câmeras na linha de impedimento, sistema de computação para ver o lance de vários ângulos, várias pessoas tentando fazer um consenso da mesma jogada... São vários os recursos utilizados. Por tudo isso, a imprensa tem um papel fundamental nos comentários sobre a arbitragem do campeonato. Necessitamos dela. Cabe a nós, da comissão de arbitragem, agir de forma transparente, ter uma linha de raciocínio e avaliar, nos aspectos disciplinar, físico e técnico, a difícil profissão de árbitro de futebol. Essa profissão que necessita, cada vez mais, se profissionalizar. É uma necessidade vital, pois a cobrança aumenta a cada dia. Vencer nesta desafiante profissão precisa de muitos requisitos. Texto Anterior: Autódromo continua em obras Próximo Texto: Anteontem Índice |
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