São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997 |
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Sueco estreou na 2ª edição
AMIR LABAKI
Apenas nove anos depois Bergman voltava com "Sorrisos de Uma Noite de Verão". Ficou com um esquisito "prêmio de humor poético". O vitorioso do ano foi o documentário "O Mundo do Silêncio", de Jacques Cousteau e Louis Malle, o único filme do gênero a ganhar o festival. Bergman voltou a insistir, no ano seguinte, com munição pesada: "O Sétimo Selo", seu estudo definitivo sobre a morte. Mais uma vez foi passado para trás, agora por "Sublime Tentação", de William Wyler. "O Sétimo Selo" divide com "Canal", de Andrzej Wajda, o Prêmio Especial do Júri. Até hoje, foi a premiação máxima de Bergman no festival. Em 1958, um escândalo. "Quando Voam as Cegonhas", do soviético Michel Kalatozov, arrebatou a Palma de Ouro, batendo "No Limiar da Vida", o admirável drama bergmaniano sobre a maternidade. O filme acumularia o prêmio de direção e um coletivo de interpretação feminina para o infernal quarteto formado por Bibi Anderson, Ingrid Thulin, Eva Dahlbeck e Barbro Hiort-af-Ornas. Nova tentativa em 1960 com o trágico "A Fonte da Donzela", sobre a violação e morte de uma jovem na Idade Média. Anselmo Duarte disse à Folha ter testemunhado reações violentas, com "cuspes e vaias", ao fim de uma sessão. O júri, presidido por Georges Simenon, abriu sua nota de deliberação "renunciando unanimamente a coroar obras magistrais" como "A Fonte da Donzela" e "A Adolescente" de Buñuel. A Palma de Ouro foi concedida a "A Doce Vida", de Fellini. Foi o bastante. A partir de então, Bergman recusou-se a competir. Passaram-se 13 anos até que voltasse com um filme à Croisette: "Gritos e Sussuros". Em sua última década de atividade como cineasta, exibiu no festival três dos sete filmes que realizou: "A Flauta Mágica" (1975), "Face a Face" (1976), "Depois do Ensaio" (1984). Em 1991, Cannes começava a "mea culpa". "As Melhores Intenções" valeu a Bille August sua segunda Palma de Ouro, mas o que se tinha em mente era celebrar sobretudo o roteiro autobiográfico escrito por Bergman. Dois erros, porém, não fazem um acerto. (AL) Texto Anterior: Cannes faz justiça tardia a Bergman Próximo Texto: 'Pagador' está fora de mostra Índice |
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