São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 1997
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Reformas empacadas

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - O governo queria utilizar o Congresso de forma intensa até setembro para aprovar algumas reformas constitucionais.
A idéia era concluir a reforma administrativa, a da Previdência, a emenda da reeleição e renovar o Fundo de Estabilização Fiscal (FEF).
Depois de setembro, na avaliação dos governistas, ficaria impossível aprovar qualquer coisa de relevância. Começaria a contagem regressiva para a eleição de 98.
Agora, com a pequena derrota na reforma administrativa anteontem, fica cada vez mais evidente que os planos do governo podem não se concretizar.
O programa mínimo de reformas estipulado por FHC tende a não ser cumprido neste ano. Isso significa que também não será cumprido em 98. Ficaria tudo para 99 ou depois.
Na pior das hipóteses para os governistas, terá sido uma boa vitória concluir a aprovação da reeleição.
Da boca para fora, ninguém admite isso. Mas em conversas reservadas sérias, não há deputado nem senador aliado de FHC garantindo que as reformas da Previdência e administrativa terão um bom desfecho.
No caso da administrativa, o consenso é que será uma reforma completamente desfigurada na Câmara. Terá de ser corrigida pelo Senado, repetindo o caminho da Previdência.
Só que, na eventualidade de os senadores terem de corrigir os defeitos implantados pelos deputados, não haveria tempo suficiente para que a reforma administrativa fosse aprovada neste ano. Nem no próximo.
O caso da Previdência é outro obstáculo. Mesmo porque até grupos aliados, como a Força Sindical, se opõem às idéias de Reinhold Stephanes.
Já o FEF tem a oposição quase maciça de governadores e de prefeitos.
Sobra, então, a reeleição. Essa vai passar, pois o governo não vai deixar correr solta como em outros casos.
Mas as informações do momento são de que o preço da reeleição no Senado será tão alto como foi na Câmara. "Se não for maior", diz um importantíssimo senador da base governista.

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