São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Região Sul tem melhores cursos; Nordeste bate Sudeste em notas A

ROGERIO SCHLEGEL; DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A região Sul teve o melhor desempenho nas três carreiras que entraram no provão de 96. O Nordeste se igualou ao Sudeste: bateu o concorrente direto em administração, ficou no mesmo patamar em engenharia e teve desempenho pior em direito.
Em termos de conceitos A, o Nordeste foi ligeiramente melhor que o Sudeste (11,6% contra 10,9%), mas o resultado é pior quando se considera a soma das notas A e B (27,2% contra 33,1%). Nesse cálculo estão somadas as três carreiras.
Vários fatores contribuem para o bom -e surpreendente- desempenho no Nordeste. A região tem grande concentração de escolas públicas, em especial federais, que foram bem no provão em todas as regiões do país.
As federais e estaduais oferecem a maioria dos cursos de administração da região. No Sudeste, 86,5% dos cursos de administração são particulares e só 8,8% pertencem a federais ou estaduais.
O desempenho do Nordeste foi pior em direito -carreira em que exibe o maior percentual de privatização, com 40% dos cursos.
Mas se recupera em engenharia, ramo em que 60% dos cursos nordestinos são oferecidos pelas federais, e 20%, pelas estaduais.
Além de padecer com a inflação de escolas particulares, o Sudeste foi uma das regiões mais atingidas pelo boicote. Basta dizer que no Estado do Rio 24 cursos de administração ficaram sem avaliação devido a tumultos no exame.
Sucesso do Sul
A região Sul levou vantagem sobre o Sudeste, que igualmente tem uma rede de ensino superior relativamente consolidada, por ter perdido menos com o boicote.
Também foi favorecida pelos níveis medianos de privatização do ensino, inferiores a 60% nos três cursos, e pela relativa qualidade de suas instituições privadas.
Em direito, por exemplo, só 1 das 21 particulares da região teve nota abaixo de C -a Universidade Luterana do Brasil de Gravataí, que teve D, apesar de 100% de provas entregues.
Metade das particulares teve C, 28,6% ficaram com B e perto de 10% conseguiram A. As piores notas ficaram para as municipais, com dois D e um E.
(RSc e DF)

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