São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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Provão vai contar na hora do 1º emprego

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas em recursos humanos e "headhunters" (caçadores de executivos) ouvidos pela Folha disseram que os estudantes de faculdades que foram mal no provão terão mais dificuldades para arrumar seu primeiro emprego.
Essa tendência vai se tornar mais forte, disseram os especialistas, à medida em que o provão se tornar um processo sistemático de avaliação e ganhar mais credibilidade.
"O candidato a emprego formado numa faculdade ruim vai ter que provar que é melhor do que o aluno médio que costuma estudar naquela escola", disse Winston Pegler, presidente da Pegler & Associados, firma de consultoria que auxilia empresas a contratar altos executivos.
Para Pegler, o grande drama do aluno de uma faculdade com nota ruim no provão "será convencer alguém a lhe dar oportunidade de mostrar seu valor."
Na hora de procurar trabalho, o nome da escola em que o universitário estudou ainda pesa na contratação, disseram os especialistas. "A importância da faculdade vem diminuindo, mas ainda é um diferencial importante", afirmou Ricardo de Almeida Prado Xavier, presidente da Manager Assessoria em Recursos Humanos.
Para Simon Franco, presidente da Simon Franco Recursos Humanos, as grandes empresas não querem correr riscos nem ter muito trabalho na hora de contratar.
Franco disse que a maioria dos executivos da área de RH, sempre que possível, procuram contratar gente formada em faculdades renomadas. Dessa forma, afirmou Franco, o executivo tem uma desculpa perfeita caso o profissional contratado não venha a render o que a empresa imaginava.
"Ele, executivo, fez o que a empresa esperava dele, contratou gente das melhores escolas. Como ele iria adivinhar que uma pessoa formada por uma boa faculdade não poderia ser um bom profissional?", disse Franco.
Segundo a "headhunter" Maria Fatima Vital Pinto, da consultoria Coopers & Lybrand, os grandes executivos estudaram em boas escolas e tendem a contratar gente que frequentou faculdades renomadas, às vezes, até da mesma escola em que estudaram.
"Por isso, o aluno que estudou num curso de segunda linha tem que mostrar ao possível empregador outras qualidades, como domínio de idiomas, bom poder de argumentação e de comunicação."
Para compensar um curso de graduação ruim, alguns especialistas recomendam que os alunos optem por fazer uma pós-graduação numa escola de primeira linha.

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