São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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Curso A nem sempre é muito concorrido

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As universidades que receberam A no provão não são necessariamente as mais concorridas. Isso acontece sobretudo nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde há carência de vagas e a disputa é grande, mesmo em cursos cuja qualidade é duvidosa.
O curso de administração da Faculdade de Educação e Ciências Administrativas de Vilhena (RO) recebeu conceito C no provão. Mas há quatro candidatos disputando cada uma das 100 vagas disponíveis.
A Faculdade Católica de administração e Economia, de Curitiba (PR), está entre as melhores do país, segundo a avaliação do MEC, com nota A. Entretanto a concorrência é semelhante à de Rondônia: 4,4 candidatos por vaga.
Algumas faculdades da região Norte -sobretudo as federais- são tão disputadas quanto as mais famosas do Sul e Sudeste, embora não ofereçam metade dos recursos (computadores e bibliotecas) nem tenham professores com mestrado ou doutorado.
A Universidade Federal de Rondônia, por exemplo, tem 15,9 candidatos disputando cada vaga do curso de administração. Sua nota no provão foi B. A concorrência na federal de Rondônia é quase sete vezes maior do que a da PUC de São Paulo, que recebeu nota A e está entre as maiores do país.
Não são só nos cursos de administração que a disputa por uma vaga nas faculdades do Centro-Oeste e Norte é grande. O curso de direito da Faculdade Anhanguera de Ciências Humanas, de Goiânia (GO), teve um dos piores desempenhos no provão, recebendo nota E. Entretanto, há 21,8 candidatos disputando cada uma das 96 vagas.
A concorrência na Faculdade Anhanguera é duas vezes maior do que na Faculdade de Direito de Bauru (SP), que recebeu nota A. E quase três vezes maior do que a disputa por uma vaga na PUC de Campinas, que também está entre as melhores -com conceito A.

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