São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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Ferrari 'joga' na ofensiva hoje em Imola

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A IMOLA

Williams e Ferrari vivem extremos na F-1 no GP de San Marino, quarta etapa do Mundial-97. A corrida promete ser o esboço da categoria nos próximos meses.
A Williams, correndo em solo italiano, tenta provar que o processo contra Frank Williams e Patrick Head, entre outros, não interfere no cotidiano da equipe.
A supremacia mostrada em 96 não é mais a mesma, e uma das razões seria justamente o caso Senna, que apura a morte do piloto brasileiro na corrida de 94.
Para completar, Heinz-Harald Frentzen, contratado para substituir o campeão Damon Hill, não conseguiu provar a que veio e estaria sendo criticado por Head.
Em três corridas, dois abandonos e nenhum ponto. Pouco para quem pilota um carro da Williams, segundo os exigentes padrões do diretor-técnico da equipe.
Anteontem, o próprio Williams procurou frear as especulações, garantindo que Frentzen continua correndo até o final da temporada.
Não bastasse isso, o time não se conformou com a perda de Adrian Newey, seduzido por um milionário contrato com a McLaren.
A indignação foi tamanha que a Williams entrou com processo na Justiça inglesa para impedir a transferência do projetista.
Conseguiu apenas retardar sua chegada à fábrica rival.
Newey, anunciou-se na última semana, só poderá começar a trabalhar a partir de agosto.
A equipe já denuncia os primeiros sinais da chegada de Ross Brawn, o diretor-técnico contratado junto à Benetton, em janeiro, por indicação de Michael Schumacher. Foi com ele que o alemão faturou o bicampeonato de forma incontestável nos anos de 95 e 96.
Ao contrário do exército de outras temporadas, apenas 55 homens defendem a escuderia em Imola, incluindo aí os dois pilotos.
Nem mesmo o tradicional quarto carro, segundo reserva, seria montado. Demonstração de confiança que contrasta com o desespero de épocas passadas.
"Temos que alterar toda uma filosofia de trabalho. Acabei de chegar e preciso ser cuidadoso para evitar chatear pessoas que estão há muito mais tempo por aqui", diz Brawn, mostrando estar ciente dos velhos problemas de Maranello.
Uma nova situação, que ganhou força com o desempenho de Eddie Irvine em Buenos Aires, onde o irlandês ensaiou um ataque a Jacques Villeneuve no final da prova.
Resta ao canadense provar que a ameaça ferrarista é tão inócua quanto a produzida pelos problemas extrapista.

NA TV - Globo, ao vivo, às 9h

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