São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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Finalistas põem 'importação' em prática

LUÍS CURRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando questionados sobre a importância do basquete para as cidades de Santa Cruz do Sul (RS) e Franca (SP), jogadores, técnicos e dirigentes são unânimes em afirmar: "Aqui, se respira basquete".
Apesar da proclamada paixão pelo esporte, as duas equipes têm, somadas, apenas 4 atletas, de um total de 24, que nasceram nas cidades finalistas. A maior parte do time é "importada", de outra cidade, Estado ou país.
O Corinthians-Pony conta, em seu cinco titular, com dois norte-americanos (Marc Brown e Marvin), um pernambucano (Douglas), um paranaense (Rolando) e um paulista (Macetão).
Nascido em Santa Cruz (155 km a oeste de Porto Alegre), há no time apenas o ala reserva Polenta.
Para o carioca Ary Vidal, 61, técnico do Pony, a escassez de talentos procedentes da cidade se deve a um "problema crônico".
"Em São Paulo, tem competição o ano inteiro. Aqui, o Campeonato Gaúcho dura duas semanas, em dezembro. Não há evolução sem prática", diz Vidal.
No Cougar, os titulares são Demétrius, Rogério, Fernando Minucci, Evandro e Vargas -nenhum "filho" de Franca (401 km ao norte de São Paulo).
Além dos desconhecidos reservas Pablo e Claudinei, porém, o time conta com dois nomes ilustres na equipe: o técnico Hélio Rubens e seu filho Helinho são da cidade.
Segundo Rubens, há fases "de transição" e, por isso, no time de hoje há poucos atletas da cidade.
"Mas alguns cresceram jogando basquete aqui", diz Rubens, 56, citando Demétrius e Minucci.
A importação de atletas, para o treinador francano, fica clara quando se fala no time gaúcho. "Lá, não se formam jogadores. Há uma mentalidade de curto prazo, o que é lamentável."

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