São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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Empresas vendem Miami no Brasil

MAURO TEIXEIRA

MAURO TEIXEIRA; OSCAR RÖCKER NETTO
ENVIADO ESPECIAL A MIAMI (EUA)

Brasileiros investiram US$ 800 milhões na Flórida em 96; condomínios têm lançamentos simultâneos

O volume financeiro movimentado por brasileiros no mercado imobiliário de Miami, na Flórida (sudeste dos EUA), tem levado um número crescente de incorporadores norte-americanos a aterrissar em terras tupiniquins para lançar seus empreendimentos.
E a viagem tem valido a pena. Somente em 1996, os brasileiros investiram cerca de US$ 800 milhões na compra de imóveis na Flórida, segundo dados da Florida Real Estate Comission, órgão que regulamenta o setor no Estado.
Em alguns empreendimentos, como o The Point, com 1.066 apartamentos, os brasileiros foram responsáveis por 19% dos negócios, que somaram US$ 238,9 milhões no ano passado.
Já no condomínio Williams Island, que possui 1.540 apartamentos, cerca de 6% das unidades foram vendidas para brasileiros.
A participação brasileira no mercado da Flórida começou a ser mais notada a partir de 1989. Desde então, tem crescido aproximadamente 6% ao ano, em média.
Apesar de não haver dados oficiais, estima-se que o consumidor brasileiro seja responsável, atualmente, por 18% do mercado imobiliário em Miami.
Mudança de perfil
A "invasão" tende a aumentar à medida que também muda o perfil dos empreendimentos ofertados ao consumidor brasileiro.
Antes quase restritas a edifícios de alto e altíssimo padrão, as ofertas agora incluem apartamentos de padrão médio, vendidos a preços semelhantes ou até mais baixos do que os praticados no Brasil.
Além disso, Miami deve também passar a atrair o interesse de investidores em flats e apart-hotéis.
O edifício de flats Fortune House, por exemplo, será lançado amanhã, em um coquetel, em São Paulo. O empreendimento, que será construído na avenida Brickel, terá 296 apartamentos, de um e dois dormitórios, com áreas úteis entre 70 m2 e 95 m2.
O preço das unidades varia entre US$ 100 mil e US$ 252 mil. Quando o prédio for entregue o comprador poderá optar pelo sistema de "pool" para administrar o imóvel.
Entre as razões que explicam a crescente participação brasileira no mercado imobiliário da Flórida, as principais são preço e facilidade de financiamento. O Estado abriga hoje entre 100 mil a 300 mil brasileiros, boa parte deles em situação ilegal.
Boas vendas
As vendas seguem um ritmo bom e constante. A imobiliária Lello, por exemplo, vende por mês quatro ou cinco imóveis para brasileiros. Cada um custa US$ 200 mil, em média. Já a Coelho da Fonseca atende mensalmente, em seu escritório de Miami, 150 brasileiros querendo adquirir um imóvel.
Num exemplo do potencial desse mercado, Gabriela Haddad, diretora da Halmoral Inc., empresa de São Paulo, diz que vendeu quatro apartamentos em Miami na semana passada -eles somam US$ 1 milhão. Segundo ela, sua empresa vende 15 imóveis mensalmente, a um preço médio de US$ 300 mil.

O jornalista Mauro Teixeira, editor de Imóveis, viajou a Miami a convite do condomínio Williams Island

Colaborou Oscar Rõcker Netto, da Reportagem Local

LEIA MAIS sobre Miami à pág. 6-9

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