São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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Partido atrapalha Major

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

O primeiro-ministro John Major tem um índice de rejeição baixo entre o eleitorado. Seus principais problemas, porém, são os escândalos de corrupção e sexuais em que parlamentares de seu partido estiveram envolvidos e o desgaste dos conservadores após 18 anos no poder.
Ao convocar a eleição em 17 de março, Major impediu que as conclusões de uma comissão que investiga denúncias de corrupção contra conservadores divulgasse suas conclusões ainda nesta legislatura.
Por causa disso, o início da campanha eleitoral foi monopolizado pela idéia, verdadeira ou não, de que ele protegeu culpados. Outro problema para Major foi o estilo da campanha, concentrada mais do que nunca na figura dos líderes partidários --Blair tem muito mais carisma.
O estilo discreto de Major esteve presente desde o início de sua carreira política. Não por brilhantismo, mas por fidelidade a Margaret Thatcher, ele foi lentamente galgando posições desde a eleição da ex-primeira-ministra, em 1979.
Depois de ocupar cargos secundários na administração do setor de seguridade social, o futuro premiê foi escolhido secretário do Tesouro, em 1987.
Sua primeira eleição ao Parlamento ocorreu em 1976. No início de 1992, foi nomeado secretário do Exterior.
Quando o Partido Conservador destituiu Thatcher por causa de sua atitude excessivamente hostil à União Européia e de uma revolta popular contra impostos, Major surgiu como um candidato seguro, calmo, até mesmo inofensivo para as alas esquerda e direita.
Em abril de 1992, conduziu o partido a sua quarta vitória consecutiva sobre os trabalhistas.
(PHB)

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