São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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Obras de arte também são licenciadas

DA REPORTAGEM LOCAL

Pessoas e empresas têm feito das artes plásticas uma forma de ganhar dinheiro por meio do licenciamento de imagens.
A pintora Sônia Menna Barreto, 43, que trabalha com óleo sobre tela há 13 anos, tem um contrato com a Artefinal para a produção de cadernos com estampas de seus quadros.
"Em oito anos, eles já fizeram 110 mil cadernos. Na primeira série foram usadas oito imagens e, na segunda, mais oito", afirma.
A artista plástica não revela quanto faturou na operação nem qual é o percentual de royalties que recebe em cada peça vendida. "Sou péssima em números."
Sônia conta que há oito meses fez um contrato com a Ambassador Galleries, de Nova York (EUA), para a venda de seus quadros, o que lhe rendeu contatos com a rede de livrarias Barnes & Noble, também dos EUA.
Experiência
Em uma remessa experimental, foram enviados cadernos, pôsteres e serigrafias para duas unidades da Barnes & Noble. "Se der certo, poderemos ter os produtos nas 350 lojas da rede", diz.
Sônia afirma que com a Barnes & Noble não deve ser fechado um contrato. Trata-se de uma operação comercial tradicional.
Antonio Menna Barreto, dono da Artefinal, diz que terá uma reunião com a diretoria da livraria em 15 de maio para acertar os detalhes da negociação. "Espero que os números acordados sejam grandes", diz.
Divulgação
Além dos ganhos com royalties, a artista plástica diz que, como produz entre 10 e 12 telas por ano, a estampa em cadernos e pôsteres ajuda na divulgação dos seus trabalhos.
A rede Le Petit Musée também lucra com obras de arte. A empresa vende reproduções de obras de arte, cartões-postais, calendários e estatuetas -todos importados- em suas nove lojas (seis no Rio de Janeiro, duas em Salvador e uma em São Paulo).
A Le Petit Musée é licenciada de 36 museus por meio da Reunião de Museus Nacionais da França.
Percentual
Segundo o proprietário, Jaime Vilasseca, o contrato com os museus prevê a produção de peças no Brasil, mediante o pagamento de royalties de 5%.
O baixo percentual cobrado, segundo Vilasseca, se deve ao interesse dos museus franceses em divulgar as imagens de seus acervos em outros países.
"Estamos fazendo camisetas com estampas de Monet, além de bolsas e porta-retratos", afirma.
A empresa é responsável pela vinda da exposição do pintor impressionista francês Claude Monet (1840-1926) ao país, em cartaz no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Segundo Vilasseca, foram produzidas 10 mil camisetas, que estão sendo vendidas a R$ 15, o que deve somar R$ 150 mil.
"As bolsas e porta-retratos, produzidos por terceiros, estão sendo encaminhados para o Museu Marmottan por uma solicitação deles", comemora o empresário, que pode vir a exportar as peças e fazer o "caminho contrário".

Onde encontrar - Sônia Menna Barreto: (011) 66-0084; Le Petit Musée: (021) 539-2320.

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